Usar calcinha fio dental faz mal à saúde íntima? Entenda
Especialista explica que o mais indicado é manter o uso esporádico da peça para evitar infecções na vagina
atualizado
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A calcinha fio dental divide opiniões. Há quem considere o modelo incômodo e também quem o use com frequência, para disfarçar a peça íntima por baixo de roupas justas. O uso constante, no entanto, requer atenção para evitar problemas de saúde, como a candidíase e a infecção urinária.
O modelo, projetado para valorizar o formato do bumbum, tem a parte de trás mais fina e aí está o problema. O atrito do tecido ao longo do dia, a umidade e a presença de bactérias e fungos na região facilitam a migração de bactérias do ânus para a vagina.
As bactérias mais comuns nesses casos são a Escherichia coli – responsável por infecções intestinais e urinárias – e a Gardnerella – que pode causar a vaginose bacteriana – uma infecção que provoca corrimento branco-acinzentado e de cheiro forte.
“A calcinha fica entrando na região e levando as bactérias para a vagina. Isso não ocorre com tanta frequência quando a roupa íntima é mais ampla”, explica Marcus Vinicius, ginecologia da Maternidade Brasília/ Dasa.
Frequência de uso
O médico explica que o risco de uma infecção é diretamente proporcional ao tempo de uso. Ou seja, quanto mais tempo se passa com a calcinha, mais a região sofre o atrito do tecido e aumentam as chances da migração das bactérias. A peça, entretanto, não precisa ser retirada do guarda-roupas.
“Usar esporadicamente não representa um grande risco”, pondera Vinicius.
A sugestão do médico é que as mulheres prefiram os modelos com tecido de algodão, que favorecem a transpiração. As lingeries fabricadas com tecido sintético esquentam mais a região e dificultam a absorção do suor, aumentando os riscos de candidíase e infecção urinária.