Uma porção de folhas por dia reduz risco de Alzheimer, diz estudo
Estudo da Rush University, nos EUA, mostra que alimentos das dietas mediterrânea e Mind reduzem danos cerebrais relacionados ao Alzheimer
atualizado
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Cientistas da Rush University, nos Estados Unidos, descobriram que comer uma porção de vegetais folhosos por dia tem impacto importante na saúde cerebral. Em um estudo publicado nessa quarta-feira (8/3) na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, os pesquisadores mostram que os idosos que seguem as dietas mediterrânea e Mind podem ter menos placas de proteínas amiloides, relacionadas ao desenvolvimento de demências como o Alzheimer.
As dietas mediterrânea e Mind se popularizaram entre as pessoas que buscam um estilo de vida mais saudável por priorizarem os alimentos in natura. Embora sejam muito semelhantes, a primeira recomenda vegetais, frutas e três ou mais porções de peixe por semana, enquanto a segunda prioriza as folhas verdes – como espinafre, couve – e outros vegetais, além de frutas vermelhas. Ambas sugerem o consumo de pequenas quantidades de vinho durante a semana.
“Esses resultados são empolgantes. A melhora na dieta das pessoas em apenas uma área – como comer mais de seis porções de vegetais de folhas verdes por semana, por exemplo – foi associada a uma redução das placas amilóides no cérebro. A quantidade dessa substância em pacientes que seguiam a dieta Mind é semelhante à presente em pacientes cerca de quatro anos mais jovens”, afirma o autor do estudo, Puja Agarwal, em um comunicado publicado pela Rush University.
O estudo norte-americano foi feito com 581 pessoas. Elas tinham 84 anos no início da pesquisa e concordaram em doar os cérebros após a morte, com o intuito de contribuir com os estudos sobre demência. Enquanto estavam vivas, elas informaram seus hábitos alimentares em questionários anuais com perguntas sobre o consumo de alimentos de diferentes categorias.
Cerca de quatro em cada dez participantes (39%) foram diagnosticados com demência pouco antes de morrer. Exames feitos após os óbitos mostraram que 66% preenchiam critérios para o diagnóstico de Alzheimer.
Eles receberam uma pontuação de acordo com a alimentação. Os que consumiam cereais integrais, frutas, vegetais, legumes, azeite, grãos integrais, feijão, nozes, peixe, batata e azeite tinham pontuação mais alta. Alimentos não saudáveis, como carne vermelha, laticínios integrais, frituras, fast food, bolos e doces rebaixavam a contagem.
Uma avaliação combinada da autópsia e dos questionários mostrou que os idosos que comiam as maiores quantidades de vegetais de folhas verdes, ou seis ou mais porções por semana, tinham níveis mais baixos de placas de proteínas amiloides e emaranhados da proteína tau no cérebro.
A concentração das substâncias era correspondente a cérebros aproximadamente 19 anos mais jovens do que os das pessoas que comiam menores quantidades, com uma ou menos porções por semana.
“Nossa descoberta de que comer mais vegetais de folhas verdes está associado a menos sinais da doença de Alzheimer no cérebro é intrigante o suficiente para que as pessoas considerem adicionar mais desses alimentos à sua dieta”, sugere Agarwal.
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