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Um quarto da população mundial não será vacinada até 2022, aponta estudo

Mais da metade das imunizações que serão produzidas vai para países de alta renda. Eles representam apenas 14% da população mundial

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1 de 1 covid vacina coronavírus sars cov 2 - Foto: Daniel Schludi/Unsplash

Enquanto países como Reino Unido, Canadá e Estados Unidos já começaram a vacinação contra a Covid-19, outras nações ainda sonham com o dia em que terão acesso às primeiras doses de um imunizante capaz de conter os casos de infecção pelo coronavírus.

Um estudo publicado nessa terça-feira (15/12) pela conceituada revista científica The BMJ mostra que um quarto da população mundial só será vacinada em meados de 2022. Enquanto os países de alta renda garantiram grandes reservas de imunizantes, o acesso para o resto do mundo ainda é incerto.

A projeção levou em consideração um cenário em que 13 empresas farmacêuticas, com candidatas à vacina que firmaram compromissos de compra pré-mercado, terão estudos bem-sucedidos na fase 3 dos testes, conseguirão fabricar e distribuir as doses prometidas.

“Mesmo se todos esses fabricantes líderes tivessem sucesso em atingir a capacidade máxima de produção projetada, quase um quarto da população mundial não teria acesso a uma vacina até pelo menos 2022”, escreveram os autores do estudo, Anthony D. So e Joshua Woo, da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health.

Os pesquisadores destacam que, até 15 de novembro, vários países fizeram compromissos de compra das vacinas. Elas totalizaram a reserva de 7,48 bilhões de doses, o suficiente para imunizar 3,76 bilhões de pessoas, uma vez que a maioria das farmacêuticas desenvolveu métodos que precisam de duas aplicações.

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A divisão

Pouco mais da metade (51%) dessas doses vai para países de alta renda, que representam apenas 14% da população mundial, composta por aproximadamente 7,5 milhões de habitantes. Os países de renda baixa e média têm o restante – eles representam mais de 85% da população mundial.

Dos 13 fabricantes, apenas seis venderam para países de baixa e média renda. A maioria das doses foi fornecida pela AstraZeneca/Universidade de Oxford (2,03 bilhões); Novavax (1,1 bilhão); o instituto Gamaleya (349 milhões); e a Sinovac e a CanSino (135 milhões).

“Ao fim de 2021, até 40% das vacinas contra Covid-19 dos principais fabricantes podem permanecer para países de baixa e média renda. Menos se os países de alta renda aumentarem as compras existentes, mais se esses países compartilharem o que adquiriram”, destacam.

O estudo mostra que os preços de todas as vacinas ofertadas variam de US$ 6 a US$ 74. O imunizante da AstraZeneca é o ofertado pelo menor preço e o da Moderna, o maior.

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