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Um mês de pandemia foi equivalente a um ano inteiro de sofrimento, diz estudo

Levantamento realizado nos Estados Unidos é o primeiro estudo longitudinal sobre sofrimento psíquico durante a pandemia

atualizado

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Žygimantas Dukauskas/Unsplash
sofrimento sofrer dor
1 de 1 sofrimento sofrer dor - Foto: Žygimantas Dukauskas/Unsplash

Um estudo publicado na revista científica Preventive Medicine descobriu que o nível de sofrimento psíquico dos norte-americanos em um único mês da pandemia do coronavírus foi igual ao experimentado pelas pessoas durante um ano inteiro.

O levantamento, realizado pelo Rand Corporation, instituição que realiza pesquisas e análises para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, é o primeiro estudo longitudinal sobre o estado emocional da população durante a emergência de saúde mundial.

Para realizar o trabalho, os pesquisadores utilizaram dados do Rand American Life Panel, uma plataforma on-line que reúne informações de mais de 6 mil pessoas entrevistadas regularmente.

Na primeira etapa da pesquisa, realizada em fevereiro de 2019, os especialistas entrevistaram 2.555 indivíduos sobre as experiências vividas no ano anterior. Na segunda parte, em maio de 2020, foram ouvidas 1.870 pessoas especificamente sobre os 30 dias anteriores.

Após comparar os resultados, os pesquisadores descobriram que o número de pessoas que experimentou sofrimento profundo durante o mês de abril de 2020 – 10,9% dos respondentes – era equivalente ao número dos que sentiram isso durante todo o ano de 2018 – 10,2% dos respondentes.

Em outras palavras, em único mês, a situação mundial foi capaz de abalar a saúde mental da mesma quantidade de pessoas que experimentam problemas durante um ano inteiro.

A partir de outros dados da pesquisa, foi possível concluir que as mulheres relataram mais casos de angústia do que os homens. Pessoas com menos de 60 anos experimentaram maiores níveis de sofrimento que participantes mais velhos e hispânicos disseram ter sofrido mais do que pessoas de outros grupos étnicos/raciais.

Para Joshua Breslau, cientista comportamental sênior da Rand e principal autor do estudo, o fato de pessoas com menos de 60 anos terem sofrido mais que pessoas mais velhas indicaria que estressores econômicos foram mais fortes que medos específicos em relação à da doença, uma vez que indivíduos mais velhos correm maior risco de doenças graves e morte pelo vírus.

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