Um em cada 4 pacientes com coronavírus tem “língua de Covid”, diz pesquisa
Estudo espanhol observou feridas, inchaço e manchas na língua de pacientes com quadros moderados da infecção, além de problemas de pele
atualizado
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Um em cada quatro pacientes com coronavírus apresenta alterações na língua, de acordo com um novo estudo publicado no British Journal of Dermatology. Entre as principais modificações, os pesquisadores identificaram inchaço, feridas, protuberâncias na superfície da língua, reentrâncias e/ou manchas descoloridas. A sensação de queimação na boca também foi observada em uma pequena porcentagem dos participantes.
O estudo feito envolveu 666 pacientes com Covid-19 e pneumonia leve ou moderada do Hospital Universitário de La Paz, em Madri (Espanha). De modo geral, os sintomas apareceram em conjunto com a perda de paladar, sinal que já se tornou comum em pacientes infectados por Sars-CoV-2.
A alteração lingual mais comum observada na pesquisa foi a papilite lingual transitória, uma inflamação das pequenas saliências na superfície da língua. Mais de 6% dos pacientes tinham glossite, inflamação ou infecção que causa inchaço e mudança de cor na língua.
Outros 7% apresentaram estomatite aftosa, condição causada por úlceras bucais benignas e não contagiosas e 4% dos voluntários tinham saburra (camada composta de células descamadas da boca, bactérias, muco da saliva e restos alimentares que aderem à superfície da língua) branca irregular.
Os pacientes analisados no trabalho apresentavam casos moderados de infecção, por isso os pesquisadores ainda não podem afirmar se a “língua de Covid” afeta pessoas com quadros graves ou leves da doença.
Segundo os autores do estudo, já se sabe que infecções virais causam sintomas na boca e na língua. No caso da Covid-19, contudo, os estudos sobre o tema ainda são escassos — já que especialistas médicos evitam que os pacientes mantenham a boca aberta por muito tempo, pelo alto risco de transmissão do vírus.
Outros sintomas
O estudo observou, ainda, outros sinais no corpo que podem servir como indicativos da infecção. As erupções cutâneas são um exemplo: um em cada dez pacientes apresentou o sintoma. Cerca de 40% dos voluntários da pesquisa apresentaram problemas cutâneos nas palmas das mãos ou na planta dos pés, além de sensação de queimação, vermelhidão, descamação da pele e pequenos inchaços.
Cerca de 15% dos pacientes apresentaram manchas marrom-avermelhadas com coceira na palma das mãos e na planta dos pés, enquanto outros 7% relataram sensação de queimação, chamada eritrodisestesia, no início da doença. Cerca de 7% dos participantes tiveram urticária.
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