Ultraprocessados podem afetar a memória, sugere estudo de Harvard
Pesquisa com 30.239 pessoas mostrou que um maior consumo de ultraprocessados foi associado a um risco 16% maior de comprometimento cognitivo
atualizado
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As pessoas que consomem alimentos ultraprocessados frequentemente correm maior risco de ter problemas de memória e sofrer acidente vascular cerebral (AVC) do que aquelas que seguem uma dieta saudável.
A descoberta é dos pesquisadores do Massachusetts General Hospital, ligado à Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e foi publicada na última quarta-feira (22/5) na revista científica Neurology, da Academia Americana de Neurologia.
Os alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, batatas fritas, biscoitos e sorvete, são ricos em aditivos como açúcar, gordura e sal para torná-los mais atrativos ao paladar. Ao mesmo tempo, são pobres em fibras e proteínas.
Relação entre memória, AVC e alimentos ultraprocessados
Os pesquisadores acompanharam a saúde de 30.239 pessoas com 45 anos ou mais por uma média de 11 anos. Os participantes preencheram um questionário sobre o que comiam e bebiam e, então, foram separados em quatro grupos de acordo com o percentual de consumo de ultraprocessados em sua dieta diária.
Do total de participantes, 14.175 foram avaliados quanto ao declínio cognitivo e 20.243 quanto ao acidente vascular cerebral. Nenhum deles tinha histórico desses problemas no início do estudo, mas ao final, 768 pessoas foram diagnosticadas com comprometimento cognitivo e 1.108 tiveram ao menos um AVC.
Os pesquisadores descobriram que um aumento de 10% na quantidade de alimentos ultraprocessados na dieta estava associado a um risco 16% maior de comprometimento cognitivo no futuro. Por outro lado, comer mais alimentos não processados ou minimamente processados foi associado a um risco 12% menor de ter o problema.
“Nossas descobertas mostram que o grau de processamento dos alimentos desempenha um papel importante na saúde geral do cérebro”, informa a médica W. Taylor Kimberly, principal autora da pesquisa, em comunicado.
Para as pessoas no grupo de acidente vascular cerebral, uma maior ingestão de alimentos ultraprocessados foi associada ao aumento de 8% no risco de AVC. Já para aqueles que colocavam mais alimentos naturais ou minimamente processados no prato foi observada uma diminuição de 9% no risco.
As pessoas negras demonstraram maior vulnerabilidade à condição, com um aumento relativo de 15% no risco de AVC.
“Descobrimos que o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados estava associado a um maior risco de acidente vascular cerebral e de comprometimento cognitivo, e a associação entre alimentos ultraprocessados e acidente vascular cerebral foi maior entre os participantes negros”, destaca Kimberly.
A pesquisadores esclarecem que o estudo não prova que a ingestão de alimentos ultraprocessados cause problemas de memória e pensamento e derrame, mas que existe uma associação.
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