Ucrânia proíbe uso da vacina Sputnik V, desenvolvida na Rússia
Países estão em disputa política por conta da anexação russa da Crimeia em 2014. Aposta do governo ucraniano é o imunizante Pfizer/BioNTech
atualizado
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Um projeto de lei aprovado nesta sexta-feira (29/1) pelo parlamento da Ucrânia proíbe a aprovação de vacinas contra o coronavírus desenvolvidas na Rússia, como a Sputnik V. O documento também tem como objetivo acelerar a aprovação de outros imunizantes para conter o avanço da Covid-19 no país.
De acordo com informações divulgadas pelo governo ucraniano, a expectativa é que o país receba de 100 mil a 200 mil doses da vacina Pfizer/BioNTech em fevereiro. Os imunizantes serão enviados por meio da Covax Facility, iniciativa global capitaneada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Ucrânia ainda não aprovou nenhuma vacina contra a Covid-19, porém autoridades locais têm afirmado repetidamente que o país não aprovará o uso de nenhum imunizante feito na Rússia. Desde 2014, os dois países brigam pela região da Cimideia, que, apesar de estar localizada na Ucrânia, foi anexada pela Rússia.
Maksym Stepanov, ministro da Saúde ucraniano, afirmou em uma entrevista coletiva que “uma força política só criou alguma histeria a respeito do registro da vacina russa. Posso dizer de uma vez: vocês podem ficar histéricos por muito tempo, ninguém registrará a vacina russa no país.”
A farmacêutica ucraniana Biolik chegou a pedir aprovação estatal para fabricar a Sputnik V na Rússia, uma medida considerada delicada. A empresa é apoiada por Viktor Medvedchuk, presidente da organização política pró-Rússia Ukrainian Choice e oponente da adesão da Ucrânia à União Europeia.