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Quem será o público-alvo da vacina contra a dengue (Qdenga) no SUS?

Após incorporação da vacina na rede pública, desafio do Ministério da Saúde é estabelecer os grupos prioritários para o imunizante

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Foto mostra a vacina Qdenga da farmaceutica takeda
1 de 1 Foto mostra a vacina Qdenga da farmaceutica takeda - Foto: Divulgação/Takeda

O Ministério da Saúde (MS) aprovou, na quinta-feira (21/12), a incorporação da vacina contra dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, a partir de fevereiro, o Brasil será o primeiro dos 34 países onde a Qdenga pode ser aplicada em larga escala, de forma gratuita.

As vacinas começarão a ser entregues pela farmacêutica Takeda ao governo em fevereiro de 2024, mas, inicialmente, estão previstas apenas 460 mil doses. A previsão é que as entregas sejam escalonadas, até chegar a 5 milhões de doses ao longo do ano.

A vacina é administrada em duas doses; ou seja, neste primeiro ano, será possível vacinar 2,5 milhões de brasileiros. Cada dose custará R$ 95 aos cofres públicos.

O que é a vacina e como ela funciona?

A Qdenga é uma vacina feita com vírus atenuado. “Estas vacinas possuem antígenos causadores da doença, mas em uma versão enfraquecida, sem a capacidade infecciosa dos vírus selvagens. Com isso, o corpo aprende a fazer as defesas que combatam o vírus”, explica a imunologista Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Os ensaios clínicos realizados com a Qdenga mostraram redução de 90% das hospitalizações entre os vacinados. O imunizante já foi aprovado em 34 países e, desde julho, está disponível em clínicas particulares.

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses 
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas

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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

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Quem pode tomar?

O vírus da dengue possui quatro sorotipos, e a Qdenga protege de todos. No entanto, isso é feito de forma menos eficiente para os tipos 3 e 4, especialmente se o paciente já contraiu dengue anteriormente.

Em coletiva da OMS em outubro, a finlandesa Hanna Nohynek, chefe do Grupo Consultivo de Peritos em Imunização (Sage, na sigla em inglês), falou sobre os limites da Qdenga como vacina, mas comemorou seu desenvolvimento como uma nova fronteira na luta contra a dengue.

“A eficácia maior dela é contra as formas 1 e 2 do vírus e ela não funciona bem em crianças que já tiveram a doença. Mas essa é a primeira vacina contra a dengue e será importante em um cenário em que mudanças climáticas estão tornando a doença mais frequente em todo o mundo”, sustentou.

A imunologista Flavia Bravo explica que a vacina é contraindicada para pessoas com o sistema imunológico deprimido, para gestantes e para mulheres amamentando.

Quem deve ser o público prioritário?

Na melhor das hipóteses, apenas 3 milhões de brasileiros serão imunizados via SUS em 2024. O MS terá de definir qual será o grupo prioritário para o recebimento.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) definirá o público-alvo prioritário até janeiro. A representante da SBIm imagina que a distribuição respeitará especialmente critérios regionais, indo para os locais onde o vírus da dengue é mais endêmico e faz mais vítimas.

“Sem dúvida serão priorizadas as pessoas que adoecem com mais gravidade e as com maior risco de morrer de dengue, que são pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão”, diz Flavia Bravo.

Quantas doses vão chegar?

Serão distribuídas de 5 a 6 milhões de doses da vacina ao longo de 2024, especialmente nos meses de maio e agosto. A Takeda sustenta que tem condição de produzir imunizantes a todos que sejam considerados prioritários pelo MS.

“Temos condições de produzir vacinas para todo o público que venha a ser considerado prioritário, de forma imediata. Não vamos medir esforços para prover e priorizar a vacina para a população brasileira”, defendeu Vivian Kiran Lee, diretora-executiva da Takeda no Brasil, farmacêutica criadora da vacina Qdenga.

Morte por dengue no Brasil pode ser recorde

Até a semana epidemiológica 48 (2/12), foram registrados 1.053 óbitos causados pela dengue, número equivalente ao total registrado durante o ano de 2022, o mais letal já registrado no país. Ainda há 217 óbitos deste ano sob investigação, por isso especialistas acreditam que 2023 será o ano com mais mortes pelo vírus na história.

Fenômenos como as frequentes ondas de calor podem estar relacionados ao aumento de casos e mortes. Também houve o retorno do sorotipo 3, que havia desaparecido do Brasil há 15 anos.

Sintomas da dengue

A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A infecção pode ser assintomática ou apresentar formas mais graves, que podem evoluir para a morte. A forma viral clássica envolve sintomas como fraqueza muscular, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos e diarreia.

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