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Tristeza e solidão podem acelerar envelhecimento, aponta pesquisa

De acordo com pesquisadores da Universidade de Stanford, sentimentos podem aumentar em quase dois anos a idade das pessoas

atualizado

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tristeza choro desespero
1 de 1 tristeza choro desespero - Foto: iStock

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e da empresa chinesa Deep Longevity, revelou que sentir emoções negativas de maneira recorrente acelera o envelhecimento. O grupo de cientistas identificou que se sentir infeliz e solitário acelera o desgaste biológico em um ano e oito meses – cinco meses a mais do que o efeito provocado pelo hábito de fumar. O artigo foi publicado na revista científica Aging, no dia 13/9.

Os prejuízos à idade biológica estão associados ao surgimento de doenças como o Alzheimer, diabetes e doença do coração. De acordo com os especialistas, pessoas que se sentem solitárias tendem a ter mais inflamações e ansiedade em comparação àquelas satisfeitas com a vida.

“Os estados mental e psicológico estão entre os principais preditores de problemas de saúde e qualidade de vida. Mesmo assim, eles têm sido deixados de lado pelas políticas de saúde pública”, afirmou Manuel Faria, pesquisador em Stanford e co-autor do estudo, ao site de divulgação científica EurekAlert.

Os estudiosos acreditam que as inflamações crônicas causadas pelo estresse e pela infelicidade danificam células e órgãos vitais de maneira agressiva, podendo levar a problemas de saúde e à morte precoce.

Metodologia e resultados

Para chegar à conclusão, os pesquisadores recrutaram 12 mil adultos chineses com 40 anos ou mais. Eentre os participantes, um terço apresentava algum tipo de doença ou condição prévia como derrame, problemas nos pulmões e câncer.

Os pesquisadores aplicaram questionários, analisaram os registros médicos e realizaram testes sanguíneos em alguns dos participantes para gerar um modelo de envelhecimento que estimava a idade biológica dos voluntários. A idade biológica é a estimativa do declínio do corpo baseado em fatores como sangue, capacidade renal e índice de massa muscular (IMC).

Em seguida, os pesquisadores agruparam os participantes de acordo com a idade cronológica e o sexo, comparando os resultados individuais para identificar quem estava envelhecendo mais rapidamente. Eles observaram que sentir-se solitário ou infeliz era o principal preditor do declínio biológico acelerado, seguido pelo tabagismo, que envelhecia o indivíduo em até um ano e três meses.

Homens, moradores de áreas rurais e pessoas que nunca se casaram também foram indicadas como tendo maiores chances de morrer precocemente.

Os cientistas apontam que mais análises devem ser feitas, pois a pesquisa foi realizada apenas com pessoas a partir da meia-idade e não foi possível esclarecer se os mesmos resultados se aplicam a indivíduos mais jovens.

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