Três mortes confirmadas: o que se sabe sobre novo vírus da China
Autoridades trabalham para evitar uma repetição da Sars, que se espalhou para duas dezenas de países e matou quase 800 pessoas em 2002
atualizado
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Mais de 200 pessoas estão infectadas com o novo coronavírus, segundo informaram autoridades chinesas no final da noite de domingo (19/01/2020), incluindo os primeiros casos na capital do país. Além disso, a terceira morte causada pela pneumonia foi registrada na cidade de Wuhan, epicentro da infecção.
As autoridades de Shenzhen, no sul da China, relataram um caso, e a mídia estatal chinesa disse que Pequim havia relatado outros dois. Em Wuhan, disseram ter encontrado 136 novos casos, elevando o total da cidade para 198. A fonte também indicou que 36 dos novos casos estão em situação séria ou crítica.
Entre os recém-infectados, 70 são mulheres e 66 são homens, com idades entre 25 e 89 anos, e todos apresentaram os sintomas descritos para a pneumonia de Wuhan: febre e fadiga, acompanhados de tosse seca e, em muitos casos, de dispneia (dificuldade em respirar).
O surto colocou outros países em alerta, já que milhões de chineses viajam nos feriados do Ano-Novo lunar. Tailândia e Japão identificaram pelo menos três casos, todos envolvendo viagens recentes à China, vindos da cidade de Wuhan.
A Coreia do Sul informou, nesta segunda-feira (20/01/2020), seu primeiro caso, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (KCDC) do país. A paciente é uma chinesa de 35 anos que voou de Wuhan para o aeroporto internacional de Incheon no domingo. Ela foi isolada ao entrar no país devido a sintomas como febre alta, informou o KCDC em comunicado.
Pelo menos meia dúzia de países da Ásia e três aeroportos dos EUA começaram a rastrear passageiros de companhias aéreas da China central. Muitos desses casos iniciais tinham conexões com um mercado de frutos do mar em Wuhan, que foi fechado para investigação.
Uma nova cepa de vírus da família da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês) é a responsável pelo surto. Li Gang, diretor e médico chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Wuhan, disse à emissora estatal CCTV que “a infecciosidade do novo coronavírus não é forte”. O médico refere-se à rapidez com que o vírus pode se espalhar entre os indivíduos.
Isso “não descarta a possibilidade de transmissão limitada de homem para homem, mas o risco de transmissão contínua é baixo”, disse Li. “Com a implementação de nossas várias medidas de prevenção e controle, a epidemia pode ser evitada e controlada.”
O governo chinês deseja evitar a repetição da Sars, ou síndrome respiratória aguda grave, causada por outro coronavírus, que começou no sul da China no final de 2002 e se espalhou para mais de duas dezenas de países, matando quase 800 pessoas.
No dia 14/01/2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que medidas de prevenção foram implementadas em hospitais de todo o mundo diante desse novo surto. Segundo a OMS, os laboratórios chineses já sequenciaram o genoma do coronavírus e forneceram esses dados à comunidade de saúde global para ajudar a diagnosticar possíveis casos fora do país.