Cuidado! Trend do TikTok para alongar o pênis pode até torná-lo menor
A prática do jelqing pode gerar feridas no tecido do pênis e acabar diminuindo o órgão, gerando hematomas e causando impotência
atualizado
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Uma técnica arriscada tem sido compartilhada no TikTok nas últimas semanas. O jelquing teoricamente alongaria o pênis, mas especialistas alertam que, em vez de fazer crescer, ele pode causar diminuição no tamanho do órgão.
A prática consiste em puxar e esticar o pênis, em um movimento semelhante a uma ordenha, quando ele está semi-ereto. Nas redes sociais, algumas pessoas chegam a usar bombas de sucção a vácuo.
Segundo os praticantes, a ideia é que o pênis ganhe alguns centímetros com o passar do tempo — a força aplicada poderia obrigar a pele a se alongar. Porém, técnica não só tem consequências como não possui comprovação alguma de funcionamento.
O urologista Ubirajara Barroso, coordenador do Departamento de Cirurgia Genital Afirmativa de Gênero da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), explica que, nos últimos anos, há mais procura por receitas milagrosas de aumento de pênis. Segundo ele, também aumentaram os casos de dismorfia peniana, quando o indivíduo acredita que o órgão é pequeno mas, na prática, não é. Um estudo publicado em 2022 aponta que o tamanho médio do pênis é de 14,8 cm.
“Não existe comprovação nenhuma desta técnica, que existe há séculos, então não deve ajudar — só causa um inchaço dolorido e momentâneo. O que temos de mais evidente é que ela prejudica, já que pode levar a doenças e lesões graves. A questão é que, quanto mais se consome pornografia, mais alimentados são os distúrbios de autoimagem em homens. Existe gente disposta a praticamente tudo para fazer crescer órgãos que estão perfeitamente normais”, explica.
Jelqing pode gerar doença irreversível
Um artigo publicado em 2023 no The Urology Journal comprovou a ineficácia do jelqing. “Médicos alertam contra o seu uso rotineiro, incluindo manipulações excessivas ou agressivas, devido a preocupações com potencial fibrose e formação de placas”, escrevem os pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
Com as micro-lesões, o órgão pode sofrer deformações graves e feridas. Em casos extremos, o paciente pode desenvolver a doença de Peyroine, quando é formado tecido cicatricial que, por ser mais rígido, acaba até diminuindo o tamanho do pênis.
“A doença de Peyroine causa calcificação do órgão, mas não só isso: a doença pode levar a dores na ereção ou durante a fricção característica do ato sexual”, explica Barroso.
Foi o que aconteceu com um homem turco que tentou fazer uma cirurgia de alargamento do órgão, mas acabou ficando com o pênis menor do era inicialmente.
É possível aumentar o pênis naturalmente?
Mesmo quem não desenvolve a doença pode enfrentar outras consequências, como hematomas, feridas na uretra e algum grau de impotência ao longo dos anos por conta das feridas criadas durante a prática.
A única técnica natural reconhecida por urologistas e que pode “aumentar” o tamanho do pênis é a perda de peso em homens que têm sobrepeso, já que depósitos de gordura na base do órgão podem descontar alguns centímetros de comprimento.
O urologista acredita que a preocupação com o tamanho reside em uma tentativa de cumprir com padrões de masculinidade irreais que deveria ser tratada, na realidade, por profissionais da saúde mental.
“A era das plásticas está chegando com mais força à região íntima e devemos pensar a até que ponto estamos dispostos, por estética, a arriscar nossa saúde para cumprir com expectativas sociais impostas subjetivamente”, conclui.
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