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Tratamento “filtra” sangue para retirar coágulos e tratar Covid longa

Covid longa é caracterizada permanência de sintomas do coronavírus, como fadiga e tosse. Formação de coágulos pode ser uma das responsáveis

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ilustração coronavírus
1 de 1 ilustração coronavírus - Foto: adoslav Zilinsky/GettyImages

Desde os primeiros meses da pandemia de Covid-19, ficou claro que o coronavírus não é simples e nem causa uma infecção temporária. Muitos pacientes desenvolvem a chamada Covid prolongada, ou longa, quando alguns dos sintomas seguem por mais de 60 dias após o fim da doença inicial. Porém, apesar de a ciência ter avançado muito no tratamento da infecção causada pelo Sars-CoV-2, ainda se sabe pouco sobre como lidar com a versão estendida da condição.

Cientistas da Universidade Stellenbosch, na África do Sul, descobriram que o coronavírus causou um aumento maciço de pequenos coágulos sanguíneos de difícil remoção. Uma opção testada para resolver o problema é uma espécie de “filtragem” do sangue, que retira os coágulos — os pesquisadores descobriram que a técnica melhorou significativamente os sintomas dos pacientes.

Os coágulos reduzem o fluxo sanguíneo e, por sua vez, a quantidade de oxigênio que chega aos órgãos, aumentando a sensação de fadiga e de outros sintomas como tontura, problemas de memória, dores musculares e condições pulmonares.

Por isso, a aférese, um processo que separa os componentes do sangue para retirar algumas substâncias está sendo usada no tratamento contra a Covid longa. A técnica pode remover coágulos em excesso da circulação sanguínea para diminuir os efeitos da presença dos trombos no organismo.

Porém, apesar de parecer promissora, a técnica ainda é experimental: especialistas recomendam que, contra a Covid-19, a prática seja analisada melhor e tenha seus efeitos estudados em mais pesquisas.

Bons resultados

Frustrado com a falta de tratamentos específicos para lidar com os sintomas da Covid prolongada, o médico britânico Asad Khan decidiu testar a aférese. Ele foi infectado pelo coronavírus no trabalho (ele estava atendendo na linha de frente desde o início da pandemia), e desenvolveu a forma longa da doença.

“Cheguei em uma cadeira de rodas. Depois de um tempo, poderia caminhar uma curta distância, ler artigos científicos, comer alimentos aos quais me tornei intolerante e minha náusea desapareceu. Senti que estava recuperando minha vida”, conta, em entrevista ao Daily Mail.

Ele explica que as abordagens disponíveis até o momento para lidar com a Covid prolongada não tratam os efeitos físicos da condição de maneira correta. “As clínicas parecem considerar que os pacientes com Covid longa precisam de ajuda sobre como se recuperar de choque. Não estamos nos recuperando de um trauma, temos uma doença ativa e precisamos de investigação e tratamento”, conta Khan.

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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada

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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo

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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais

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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar

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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus

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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo

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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo

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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia

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Impactos causados pela Covid no sangue

Pesquisadores do Instituto Max Planck de Ciências da Luz, na Alemanha, descobriram que a Covid-19 pode ser responsável por mudanças nas células do sangue que duram meses após a infecção. O estudo foi publicado na revista científica Biophysical Journal.

Eles analisaram amostras do sangue de 55 pessoas, sendo 17 com Covid-19 grave (metade deles morreu após a análise), 14 recuperados e 24 participantes saudáveis, que nunca tiveram a doença. Ao todo, cerca de 4 milhões de células passaram pelo sistema.

Nos pacientes com Covid-19, as hemácias tinham tamanhos variados, diferente do que é encontrado em indivíduos saudáveis, e mostravam sinais de pouca elasticidade em sua estrutura, o que pode afetar a capacidade de carregar oxigênio.

Os leucócitos demonstraram pouca dureza e outras células de defesa, como os monócitos, eram maiores nos pacientes da Covid-19 do que no grupo controle. Os neutrófilos, outro tipo de célula branca, apesar de terem um ciclo de vida de apenas 24h, apresentaram mais deformações, mesmo meses depois da infecção.

“As mudanças no fenótipo das células do sangue podem contribuir para problemas de circulação e entrega de oxigênio ligados à Covid-19 a longo prazo”, dizem os cientistas.

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