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Transtorno bipolar: o que é, quais as características e como é tratado

A OMS estima que até 50% dos portadores da doença tentem o suicídio ao menos uma vez em suas vidas no mundo

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Sad woman sitting in front of cabinet in the dark.
1 de 1 Sad woman sitting in front of cabinet in the dark. - Foto: Getty Images

O Transtorno Bipolar do Humor é uma doença mental crônica que atinge uma parcela considerável da população. A estimativa no Brasil é de que cerca de 15 milhões de pessoas sofram com a condição, o que corresponde a 8% da população do país.

A patologia é caracterizada por oscilações de humor, que podem variar desde depressão, com tristeza profunda, até mania, em que o paciente demonstra euforia extrema, ou hipomania, que é uma versão mais leve da mania, em diversos graus de intensidade.

Ela é considerada uma das doenças mais incapacitantes no mundo, com uma alta taxa de mortalidade, sendo o suicídio a causa mais frequente das mortes.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 50% dos pacientes com o transtorno tentam o suicídio ao menos uma vez em suas vidas e 15% conseguem se matar no mundo.

André Dória, psicólogo e coordenador do Programa de Transtorno Bipolar da Holiste Psiquiatria, explica que, em muitos casos, os sintomas do pacientes são associados à personalidade, o que prejudica o tratamento na medida em que se banaliza o entendimento da bipolaridade.

“Buscamos fugir da padronização, procurando tratamento e olhares individualizados, o que nos faz considerar que existem ‘bipolaridades’, ou seja, diferentes apresentações dentro da própria doença. Há características gerais do transtorno, mas a forma como se deflagra um episódio é absolutamente particular”, disse Dória.

Os sintomas de transtorno bipolar variam de acordo com a fase de humor do paciente, podendo variar entre episódios maníaco, depressivo ou ambos.

Durante os episódios maníacos, é mais comum notar agitação, euforia, irritabilidade, falta de concentração, crença irrealista em suas habilidades, comportamento incomum, tendência ao abuso de drogas, fala muito rápida, insônia, negação de que algo está errado, aumento do desejo sexual e comportamento agressivo.

Na fase depressiva são mais comuns: mau humor, tristeza, ansiedade, pessimismo, sentimentos de culpa, perda de interesse por coisas que se gostava, sensação de fadiga constante, dificuldade de concentração, irritabilidade, sono excessivo ou falta de sono, alterações no apetite e peso, dor crônica, pensamentos de suicídio e morte.

Causas do transtorno

Não existe um único fator que cause o transtorno bipolar, sabe-se que a origem é multifatorial. Estudos apontam algumas causas que podem estar relacionados à doença como, por exemplo, características genéticas, biológicas e experiências pessoais.

Em geral, o transtorno começa a se manifestar no inicio da vida adulta, na faixa dos 20 anos de idade. Porém, o início dos sintomas na infância e na adolescência é cada vez mais observado.

Na fase infanto-juvenil, os pacientes podem receber outros diagnósticos, o que prejudica o início do tratamento adequado, em função de peculiaridades na apresentação clínica.

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Lapsos de memória: se a pessoa começa a perceber que a memória está falhando no dia a dia com coisas muito simples é provável que esteja passando por um episódio de esgotamento mental

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Alteração no apetite: na alimentação, a pessoa que come muito mais do que deve usa a comida como válvula de escape para aliviar a ansiedade. Já outras, perdem completamente o apetite

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Autoestima baixa: outro sinal de alerta é a sensação de incapacidade, impotência e fragilidade. Nesse caso, é comum a pessoa se sentir menos importante e achar que ninguém se importa com ela

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Desleixo com a higiene: uma das características da depressão é a perda da vontade de cuidar de si mesmo. A pessoa costuma estar com a higiene corporal comprometida e perde a vaidade

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Sentimento contínuo de tristeza: ao contrário da tristeza, a depressão é um fenômeno interno, que não precisa de um acontecimento. A pessoa fica apática e não sente vontade de fazer nada

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Para receber diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, é muito importante consultar um psiquiatra ou psicólogo. Assim que você perceber que não se sente tão bem como antes, procure um profissional para ajudá-lo a encontrar as causas para o seu desconforto

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Tratamento 

O tratamento adequado para o transtorno reduz a incapacitação e a mortalidade dos portadores. Ele pode ser realizado em caráter ambulatorial, com acompanhamento do médico psiquiatra e uso regular de medicação.

Casos de crises agudas, não raro, demandam internação psiquiátrica.

Igualmente relevante é a terapia em grupo ou familiar, visto que o tratamento em conjunto com o paciente ajuda a visualizar soluções para reduzir os conflitos que podem surgir como consequência da bipolaridade.

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