Transmissão da Covid independe da carga viral, revela “desafio humano”
Resultados dos testes de “desafio humano”, nos quais voluntários foram infectados de propósito, foram divulgados na revista Nature Medicine
atualizado
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Os primeiros resultados do teste de “desafio humano” da Covid-19, realizado em Londres, em que voluntários foram infectados deliberadamente com o coronavírus para uma série de estudos, foram publicados nessa quinta-feira (31/3), na revista científica Nature Medicine.
Os pesquisadores do Imperial College e do Open Orphan (ORPH.L) descobriram que a gravidade dos sintomas não influencia na carga viral presente nas vias aéreas – boca e nariz –ou na capacidade de transmissão viral e mesmo pacientes assintomáticos podem transmitir o vírus para outras pessoas.
O “desafio humano” contou com 34 jovens adultos saudáveis, com idades entre 18 e 29 anos, sem histórico de infecção prévia ao vírus original do coronavírus ou vacinação; 18 deles foram infectados com o vírus.
Depois da infecção, eles permaneceram em quarentena em um ambiente controlado e de alta segurança, com monitoramento médico em tempo integral.
Dezesseis participantes tiveram sintomas leves a moderados, começando entre dois e quatro dias após a infecção. Os outros dois permaneceram assintomáticos.
De acordo com o pesquisadores, o pico da carga viral foi atingido no quinto dia de infecção. O Sars-CoV-2 – vírus causador da Covid-19 – foi detectado pela primeira vez na garganta, mas atingiu níveis significativamente mais altos no nariz até 10 dias após a inoculação.
A carga viral foi medida por dois métodos conhecidos como ensaio de formação de foco (FFA) e reação em cadeia da polimerase quantitativa (qPCR). De acordo com os pesquisadores, não houve correlação entre a quantidade de excreção viral por qPCR ou FFA e a pontuação dos sintomas.