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Tourette: saiba mais sobre a doença da cantora Billie Eilish

A condição é caracterizada por uma série de tiques nervosos. A artista conta que consegue controlá-los mas, quando relaxa, eles aparecem

atualizado

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1 de 1 billie - Foto: Divulgação

Uma das cantoras mais famosas da nova geração, a americana Billie Eilish, 17 anos, faz parte do 0,6% da população que convive com a Síndrome de Tourette. O distúrbio neurológico tem causas genéticas e é caracterizado por uma série de tiques nervosos. No caso da artista, ela arregala os olhos, mexe as sobrancelhas e, às vezes, torce o pescoço.

Em entrevista ao talk show da apresentadora Ellen Degeneres, Billie conta que evitou comentar sobre a doença para não ser conhecida como “a cantora com Tourette”, mas admitiu ter uma versão leve do distúrbio e que, em boa parte das vezes em que sabe estar sendo gravada, se esforça para controlar os impulsos. Em situações mais graves, pacientes podem falar palavrões sem querer, repetir frases, fazer caretas ou mexer algum membro, tudo sem querer.

Veja, no vídeo, algumas das vezes em que a síndrome de Billie foi filmada:

O que é
A Síndrome de Tourette é uma doença neurológica que provoca atos impulsivos, frequentes e repetidos – os conhecidos tiques -, que podem dificultar a vida da pessoa e de sua família, devido a situações embaraçosas. Os sintomas normalmente surgem dos 7 aos 11 anos de idade com tiques motores simples, como piscar os olhos ou movimentar as mãos ou braços, que depois se agravam, surgindo palavras repetidas, movimentos bruscos e sons como latir, grunhir, gritar ou falar palavrões, por exemplo.

Alguns pacientes são capazes de suprimir alguns dos tiques, mas outros não conseguem controlá-los, especialmente durante situações de estresse emocional, o que pode dificultar a vida escolar e profissional. Uma das consequências comuns é o isolamento, que causa intenso sofrimento.

Como é feito o tratamento
O tratamento para Síndrome de Tourette deve ser orientado por um neurologista e, normalmente, só é indicado quando os sintomas da doença afetam as atividades diárias do paciente ou o colocam em perigo a sua vida. Nesses casos, o tratamento pode ser feito com:

  • Remédios neurolépticos: que bloqueiam neurotransmissores no cérebro responsáveis pelo surgimento dos tiques;
  • Antidepressivos: que reduzem os sintomas de tristeza e de ansiedade que podem provocar tiques;
  • Injeções de Botox: são usadas em tiques motores para paralisar o músculo afetado pelos movimentos, reduzindo o surgimento dos tiques;
  • Remédios inibidores adrenérgicos: que ajudam a controlar sintomas comportamentais como a impulsividade e os ataques de raiva, por exemplo.

Porém, estes remédios não tratam todos os tipos de tiques da síndrome da Tourette e, por isso, é importante consultar um psicólogo ou psiquiatra para fazer sessões de psicoterapia ou de terapia comportamental onde se treinam formas de controlar os tiques da doença.

Os tiques normalmente desaparecem quando a pessoa está dormindo, com o consumo de bebidas alcoólicas ou numa atividade que exige grande concentração, e pioram diante de situações de estresse, cansaço, ansiedade e excitação.

Como identificar
Os sintomas do Tourette geralmente são notados pelos professores que observam que a criança agir de forma estranha em sala de aula. Alguns desses sinais podem ser:

Tiques motores

  • Piscar os olhos;
  • Inclinar a cabeça;
  • Encolher os ombros;
  • Tocar no nariz;
  • Fazer caretas;
  • Movimentar os dedos das mãos;
  • Fazer gestos obscenos;
  • Chutes;
  • Sacudir o pescoço;
  • Bater no peito.

Tiques vocais

  • Xingamentos;
  • Soluçar;
  • Gritar;
  • Cuspir;
  • Cacarejar;
  • Gemer;
  • Uivar;
  • Limpar a garganta;
  • Repetir palavras ou frases;
  • Usar diferentes tons de voz.

Estes sintomas surgem repetidamente e são difíceis de controlar, e além disso, podem acontecer durante o sono, evoluir para tiques diferentes ao longo do tempo ou piorar em situações de doença, estresse ou ansiedade. Geralmente os tiques surgem na infância, mas podem aparecer até os 21 anos de idade.

Para chegar ao diagnóstico, o médico precisa entender o padrão dos movimentos repetidos, que acontecem várias vezes ao dia, praticamente todos os dias de um ano ou mais tempo. Não são necessários exames específicos para identificar a doença, mas, em alguns casos, o neurologista poderá solicitar ressonância magnética ou tomografia computadorizada.

Síndrome de Tourette tem cura?
A Síndrome de Tourette verdadeira não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento adequado, permitindo que se tenha uma vida normal. Já a Síndrome de Tourette histérica tende a desaparecer, deixando a pessoa totalmente curada.

Causas da Síndrome de Tourette
Esta síndrome é uma doença genética, mais frequente em pessoas da mesma família e ainda não se sabe exatamente qual a sua causa específica. Existem relatos de pessoas que foram diagnosticadas depois de sofrer um traumatismo craniano. Mais de 40% dos portadores também apresentam sintomas de transtorno obsessivo compulsivo ou hiperatividade.

A criança precisa parar de estudar?
A criança diagnosticada com Síndrome de Tourette não precisa parar de estudar, ela tem capacidade de aprendizado igual às outras que não apresentam a síndrome. Ela pode continuar frequentando a escola normalmente, mas deve-se conversar com os professores, coordenadores e diretores sobre o problema de saúde.

Manter os professores, colegas de sala de aula e seus pais devidamente informados sobre os sintomas e os tratamentos para esta síndrome ajuda a que a criança seja compreendida, evitando o isolamento que pode levar à depressão. Os remédios podem ser úteis para ajudar a controlar os tiques, mas as sessões de psicoterapia são parte fundamental do tratamento: a criança sabe do seu problema de saúde e não consegue controlá-lo totalmente, surgindo muitas vezes o sentimento de culpa e de inadequação. (Com informações do portal Tua Saúde)

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