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Toque retal ou PSA? Saiba como fazer a prevenção do câncer de próstata

Oncologistas explicam como funcionam os exames para detectar o câncer de próstata. Tumor é o 2º mais frequente entre os homens

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Médico mostra modelo de próstata para paciente - Metrópoles - câncer de próstata
1 de 1 Médico mostra modelo de próstata para paciente - Metrópoles - câncer de próstata - Foto: Getty Images

O câncer de próstata é o 2º tipo de tumor mais frequente entre homens no mundo, perde apenas para o câncer de pele. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), só no Brasil, são feitos 70 mil diagnósticos deste tipo por ano, e registradas 15 mil mortes.

A maior parte dos desfechos ruins ocorre quando o diagnóstico é feito em estágios avançados da doença. Para o câncer de próstata, a chance de cura é de mais de 90% quando a doença é descoberta precocemente.

As sociedades médicas recomendam que homens a partir dos 50 anos iniciem os exames de rastreio da doença. Os principais são o exame de sangue que avalia a quantidade de PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal.

Muitos homens, porém, pelo desconforto causado pelo exame físico, preferem usar apenas o PSA como rotina de acompanhamento. Oncologistas apontam, porém, que os dois exames são necessários para a prevenção adequada.

Vantagens do PSA

O PSA é um exame que serve de indicativo para os problemas na próstata, mas alterações em seus valores não significam necessariamente que o paciente está com câncer. Há outras condições, como infecções e crescimento benigno da próstata que também levam à produção alta de PSA.

Além disso, o exame de PSA colhido por meio do sangue também é incapaz de detectar parte dos casos iniciais de câncer de próstata: um em cada quatro homens com câncer de próstata pode ter exames de PSA com valores de referência normais por conta dos tumores ainda serem pequenos e não terem provocado a produção do antígeno.

“O PSA mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata. Níveis elevados podem ser um sinal de câncer, mas também podem indicar outras condições. Por isso, é essencial que o exame seja feito juntamente com outros exames complementares, como o toque retal”, explica o oncourologista André Berger, de Porto Alegre (RS), especialista em cirurgias da próstata.

Vantagens do toque retal

O toque retal é um exame importante dentro da rotina médica. Por questões culturais, porém, muitos homens se sentem desconfortáveis em fazê-lo. A oncologista Rafaela Pozzobon, da Oncologia D’Or, destaca que o exame físico não pode ser relegado.

“O exame de PSA sozinho não é o ideal. Ele tem um papel no rastreio do câncer de próstata, mas o exame de toque entra como complementar. O toque permite a identificação de nódulos palpáveis na parte posterior da próstata”, esclarece. A região posterior da próstata concentra cerca de 80% dos casos de tumores na glândula.

Outros exames do câncer de próstata

O PSA e o toque retal são apenas parte das peças do quebra-cabeça quando se está investigando a possibilidade de câncer de próstata. Se, pelos exames, aparecerem suspeitas de tumores, há necessidade de biópsias complementares (perineais ou retais) e ressonâncias magnéticas.

Quando fazer os exames?

A recomendação das sociedade brasileiras de Urologia (SBU), de Oncologia Clínica (SBOC) e de Radioterapia (SBRT) é que homens a partir dos 50 anos iniciem o rastreamento como rotina médica. Aqueles que possuem histórico familiar de câncer de próstata devem iniciar o acompanhamento anual aos 45 anos. O ideal é que a rotina de prevenção siga pelo menos até os 70 anos.

“Se o paciente tiver ainda parente próximo, como pai, avô, que tiveram câncer de próstata com idade mais precoce, esse aconselhamento deve iniciar antes”, aconselha a oncologista Rafaela.

Encontrar um tumor na próstata durante a rotina de exames está longe de ser uma sentença de morte. “Se descobertos precocemente, muitas vezes, os tumores nem precisam ser tratados, pois esse tipo de tumor têm crescimento lento e localizado”, explica a oncologista. Médico e paciente decidirão juntos qual a melhor abordagem diante do achado.

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