Da cabeça aos pés: saiba reconhecer todos os sinais de diabetes
A diabetes, quando não tratada, pode causar complicações graves, como problemas cardíacos, nos rins, na visão e nos nervos
atualizado
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O dia 14 de novembro é dedicado à conscientização sobre a diabetes, uma doença crônica que afeta milhões de pessoas no mundo. A diabetes ocorre quando o corpo não produz insulina suficiente ou não a utiliza de forma adequada, levando a níveis elevados de açúcar no sangue, o que causa várias complicações de saúde.
Se não tratada, a diabetes pode causar problemas cardíacos, nos rins, visão e nervos. Muitas vezes, o diagnóstico só é realizado quando a doença está em estágio avançado, quando as complicações já apareceram.
De acordo com uma pesquisa da Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês), 72% das pessoas com diabetes só souberam da doença após desenvolverem pelo menos uma das complicações, como cegueira, aterosclerose, infarto do miocárdio, insuficiência renal ou perda de sensibilidade, especialmente nas mãos e nos pés, causada por danos nos nervos.
Da cabeça aos pés: como identificar a diabetes?
A endocrinologista Larissa Figueiredo, consultora do Sabin Diagnóstico e Saúde, explica que, apesar de a diabetes ser uma doença silenciosa, é necessário identificar alguns fatores de risco.
“Além do check up anual, necessário para todas as pessoas, as que apresentam histórico familiar de diabetes e condições como obesidade devem redobrar a atenção no acompanhamento dos níveis de glicemia no sangue”, orienta a médica.
Saiba sinais que podem indicar que você tem diabetes:
- Sensação de cansaço e irritabilidade;
- Visão turva;
- Sede excessiva;
- Fome frequente;
- Boca seca;
- Doença periodontal;
- Feridas que demoram para cicatrizar;
- Formigamento nos pés e mãos;
- Perda de peso;
- Coceira ao redor do pênis ou vagina, ou episódios recorrentes de candidíase;
- Vontade excessiva de urinar;
- Coceira na pele;
- Manchas escuras na pele;
- Infecções frequentes.
Diferenças da diabetes tipo 1 e tipo 2
Em entrevista anterior ao Saúde em Dia, parceiro do Metrópoles, o cardiologista Abrão Cury, do Hcor, Hospital do Coração explicou que existem dois tipos principais de diabetes.
“A diabetes de substrato imunológico, chamada diabetes tipo 1, que encontramos mais frequentemente em crianças e adolescentes e, às vezes, em adultos jovens. É uma doença no sistema imunológico, onde há, desde o início, um déficit de produção de insulina. E tem a diabetes tipo 2, a mais comum. Não é uma doença que se inicia por deficiência de produção de insulina, mas por uma falha de ação dessa insulina”, disse.
A endocrinologista Larissa Figueiredo destaca alguns sintomas característicos de cada tipo de diabetes. “A diabetes tipo 1 costuma aparecer na infância ou adolescência, com sintomas como fraqueza, náuseas, vômitos e mudanças de humor. Já a tipo 2, que é mais comum em adultos, pode causar formigamento nas mãos e pés, infecções frequentes e visão turva”, esclarece.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença é feito por meio de uma avaliação clínica, histórico médico e exames laboratoriais. “O principal exame para diagnosticar a diabetes é a glicemia de jejum, que mede os níveis de açúcar no sangue após um período sem alimentação de, no mínimo, oito horas”, afirma Larissa.
Outro exame bastante utilizado é a hemoglobina glicada, que avalia o controle da glicose nos últimos três meses e não exige jejum.
Há também o teste oral de tolerância à glicose (TOTG), realizado em laboratório, que avalia como o corpo processa a glicose após a ingestão de uma quantidade determinada.
Tratamento e prevenção
A endocrinologista Larissa afirma que a prevenção ao tipo 1 da diabetes é limitada, já que a doença está relacionada a fatores genéticos, mas a orientação geral é manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos e realizar check-ups ao menos uma vez por ano para identificar qualquer alteração nos níveis de glicose.
“Já a prevenção do diabetes tipo 2 envolve mudanças no estilo de vida, como manter uma dieta equilibrada, rica em fibras e com baixo teor de açúcares, praticar atividades físicas regularmente e controlar o peso, especialmente em pessoas com histórico familiar da doença. Essas medidas reduzem o risco de desenvolver resistência à insulina e, consequentemente, o diabetes tipo 2”, comenta.
Segundo a especialista, o tratamento do diabetes tipo 1 exige o uso diário de insulina para controlar os níveis de glicose, enquanto o tipo 2 pode incluir medicamentos orais e, em alguns casos, insulina. Em ambos, a mudança no estilo de vida é essencial para o controle da doença.
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