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TOD: o que é o transtorno opositivo desafiador, comum em “maus alunos”

Transtorno que gera comportamentos de agressividade e desobediência, o TOD costuma ser diagnosticado na fase escolar

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Professora repreende alunos subindo em cerca de arame no pátio da escola. Transtorno opositivo desafiador (TOD)
1 de 1 Professora repreende alunos subindo em cerca de arame no pátio da escola. Transtorno opositivo desafiador (TOD) - Foto: Getty Images

Nem sempre a irritação e a teimosia das crianças é birra. Algumas delas podem ter transtorno opositivo desafiador (TOD), que pode passar anos despercebido mas começa a se manifestar especialmente no início da fase escolar.

O TOD é um desafio não só para os pais das crianças com o transtorno, mas também para os profissionais especializados pelos diagnósticos. Nem sempre é fácil identificar as crianças que podem de fato estar com o problema entre outras que são apenas desobedientes ou desafiadoras.

“As crianças com TOD costumam ter dificuldade em controlar suas emoções e comportamentos. Muitas vezes, elas exibem teimosia extrema e episódios de raiva que fazem com que sejam confundidas, especialmente na escola, com maus alunos, especialmente pela agressividade e teimosia. Mas é possível separar os sintomas com a orientação correta e buscar ajuda para o paciente”, explica a neuropedagoga Mara Duarte, de Curitiba (PR).

Os sintomas costumam aparecer com mais evidência no ambiente escolar, pois as crianças com TOD têm maior resistência a ambientes com regras preestabelecidas. Entretanto, segundo a educadora parental Andreia Rossi, especialista no transtorno, é preciso diferenciar pessoas que são contestadoras, uma característica natural e positiva, daquelas que são têm o transtorno.

“Para ser considerado TOD, é necessário um nível de intensidade dos sintomas frequente e permanente por pelo menos seis meses. Os pais devem ficar atentos se é apenas uma fase ou se a criança constantemente os desafia com respostas hostis”, explicou Andreia em entrevista anterior ao Metrópoles.

Como identificar o TOD?

O TOD costuma ser identificado em crianças menores de dez anos, antes das explosões hormonais da adolescência tornarem o comportamento opositivo ainda mais difícil de diagnosticar. Em adultos é ainda mais raro.

As causas são desconhecidas, mas tanto um contexto familiar conturbado quanto fatores genéticos de pais com episódios constantes de raiva podem estar relacionados à condição.

A condição também frequentemente é acompanhada de outros transtornos associados. Crianças dentro do espectro autista ou com hiperatividade, por exemplo, possuem uma tendência maior a ter o TOD.

Segundo o estudo Cuidando de quem cuida: um panorama sobre as famílias e o autismo no Brasil, realizado pela consultoria Genial Care em 2020, 4% das crianças dentro do aspecto autista possuem o transtorno opositivo desafiador.

O TOD apresenta quatro grandes tipos de sintomas. São eles:

  • Humor irritável: a criança tem episódios de raiva extrema por motivos pequenos;
  • Comportamento desafiador: apresenta problemas em entender a autoridade de pais e professores;
  • Índole vingativa: tendência de tentar ferir pessoas pelas quais se sentiu ofendido;
  • Fuga da responsabilidade: pode ter dificuldade em assumir erros.
Mãe brigando com menina que reage com cara de raiva
Crianças com TOD têm problemas em reconhecer a autoridade dos pais

Crianças com TOD são sempre “maus alunos”?

Com a dificuldade em respeitar a autoridade e um comportamento raivoso, é comum que professores classifiquem as crianças com TOD como alunos difíceis. Isso não quer dizer, entretanto, que elas serão alunos ruins.

Como o transtorno afeta a sociabilidade da criança, ela tem consequências no aprendizado, mas não há comprometimento cognitivo. Quando a condição é identificada e manejada por psicólogos e neuropediatras, muitas vezes é amenizada e ajuda o pequeno paciente a se expressar.

“A criança com TOD já tende a ter baixa estima e um complexo de inferioridade, então é preciso dar a elas muito amor. A escola pode orientar os pais a ajudar o aprendizado em casa, com sugestões de leitura e atividades complementares sobre a gestão da raiva”, completa Mara.

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