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TOC pode resultar em transtornos mais graves. Saiba como tratar

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) pode levar a outros problemas de saúde mais graves. Entenda como é feito o tratamento

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1 de 1 imagem colorida que mostra TOC em mulher - Metrópoles - Foto: Getty Images

Mania de organização, higienizar as mãos em excesso, acumular itens ou até pensamentos insistentes, sejam eles ruins ou bons. Essas são algumas das características que as pessoas com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) enfrentam no cotidiano. Não bastasse isso, os indivíduos com esse distúrbio correm sério risco de desenvolverem outros problemas de saúde.

De acordo com o psiquiatra Leonardo Fontenelle, professor de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e investigador sênior do Instituto D’Ór, o principal sintoma do TOC é a presença de obsessões e ou compulsões. Nesse caso, as obsessões são caracterizadas pela presença de pensamentos ou imagens intrusivas desagradáveis, mesmo que a pessoa não queira ter.

“Essas experiências geram no indivíduo ansiedade, medo, nojo, culpa, uma série de emoções desagradáveis. E para aliviar essa culpa, o indivíduo gera compulsões, manifestadas por atos mentais ou comportamentos repetitivos”, explica Fontenelle.

Quatro sintomas do TOC:

De acordo com o médico, existem quatro grandes sintomas de TOC:

  1. Medo de algo terrível acontecer;
  2. Preocupação com contaminação e compulsão de limpeza;
  3. Necessidade de ter as coisas visualmente em ordem;
  4. Sintomas religiosos e sexuais (medo de cometer um pecado ou uma violência sexual, por exemplo).

Fontenelle explica que o transtorno é algo terrível para os pacientes, porque existe claramente um desacordo entre a essência da pessoa e seus pensamentos. Isto é, por mais que ela não vá praticar nada ruim contra o outro, por exemplo, os pensamentos negativos são inevitáveis.

Que outros problemas o TOC pode gerar?

De acordo com Fontenelle, 90% dos indivíduos com TOC apresentam outro transtorno psiquiátrico associado, além de terem depressão e fobia social. “São pessoas muitas vezes excessivamente tímidas e inibidas, com medo de falar em público e serem julgadas”, diz o médico.

No entanto, os problemas vão muito além disso. Pessoas com TOC estão mais propensas a desenvolverem o Transtorno Dismórfico Corporal, ou seja, elas acreditam sofrer uma constante deformidade física e estão sempre preocupadas com a aparência, como nariz, cabelo, pele e etc.

“O Transtorno Dismórfico Corporal pode mexer tanto com o indivíduo ao ponto dele ficar o tempo todo se olhando no espelho ou realizando cirurgias plásticas desnecessárias”, afirma Fontenelle.

Outro transtorno relacionado é a acumulação. Às vezes, os acumuladores juntam tantas coisas que não conseguem mais utilizar ambientes da própria casa.

Como tratar o TOC?

Um dos tratamentos para o TOC é o psicoterápico, feito geralmente com psicólogos ou psiquiatras. A técnica mais comum aplicada nesses casos é a exposição e a prevenção de resposta, quando o paciente é exposto ao seu medo de maneira gradativa.

Se o paciente, tem medo de infecção por fezes, por exemplo, a pessoa é instruída a usar um banheiro público. Depois, ela é instruída a entrar na cabine. Em outro momento, ela é orientada a utilizar o sanitário e dar descarga com as mãos, e assim por diante.

A terapia pode ser feita também com medicamentos antidepressivos, ainda que o paciente não tenha depressão, devido aos inibidores da recaptação da serotonina, capaz de regular e até mesmo eliminar os pensamentos obsessivos. Os pacientes com TOC geralmente usam doses maiores e por mais tempo do que os pacientes que apresentam depressão.

Em 80% dos casos, o TOC surge na infância ou adolescência com sintomas subclínicos, observados em manias do cotidiano, e pode demorar alguns anos até o transtorno ser de fato diagnosticado.

“Costumamos recomendar que pessoas que têm manias mas não as atrapalham no dia a dia, não tomem remédios e nem faça terapias psicoclínicas. Mas, quando as manias começam a atrapalhar, é hora de buscar ajuda com um psicólogo ou psiquiatra”, finaliza Fontenelle.

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