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Branca, bege e marrom: entender tipos de gordura ajuda a perda de peso

As gorduras fazem parte da composição do corpo saudável e nem sempre são vilãs para a saúde. Saiba para que serve cada uma delas

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Fotografia eletrônica mostra várias células de gordura vistas de perto - Metrópoles
1 de 1 Fotografia eletrônica mostra várias células de gordura vistas de perto - Metrópoles - Foto: Gettyimages

O corpo humano é uma máquina complexa. Composto de vários macronutrientes, hormônios, nervos, músculos, ossos e gordura, ele precisa de níveis equilibrados de cada um para funcionar bem. Porém, com a modernização do planeta, hoje comemos alimentos mais calóricos e nos movimentamos menos: daí o aumento nas reservas de gordura e a quantidade de pessoas obesas. Mas a gordura não é a vilã da nossa saúde, e muito menos uma substância simples.

“O tecido adiposo é atualmente aceito como um elemento essencial para a regulação do equilíbrio energético do nosso organismo”, explica a endocrinologista Gabriela Resende, do Hospital Sírio-Libanês em Brasília.

Existem principalmente três tipos de tecido adiposo. Mais presente em bebês e crianças pequenas, a gordura marrom é queimada rapidamente em um processo termogênico, ou seja, que libera calor — isso permite que os nenéns se mantenham quentinhos sem precisar se movimentar muito. Conforme crescemos, porém, esse tecido deixa de ser predominante, e desenvolvemos outros tipos de gorduras.

Gabriela ensina que, há até pouco tempo, a presença de tecido adiposo marrom em adultos era desconhecida. Porém, com a melhora na tecnologia de diagnóstico, se descobriu que parte das pessoas segue com o tecido ativo mesmo depois de crescer.

A gordura branca é a mais comum em adultos acima do peso. É ela que se acumula em estoques de energia e dificilmente é gasta: o corpo dá preferência a outros caminhos para conseguir energia, e se sobra, ele a guarda no tecido adiposo. Por isso, é tão complicado diminuir os números na balança.

Quando vai ser utilizada como energia, a gordura branca se transforma em bege. A mudança é ativada pela necessidade do corpo, mas um estudo recente publicado no começo de março mostra que uma proteína específica é responsável por esse processo. A pesquisa ainda é inicial e feita com ratos, mas a substância pode, no futuro, ser transformada em medicamento para ajudar pacientes com obesidade a perder peso.

Imagem mostra várias células de gordura amarelas - Metrópoles
As células de gordura brancas formam os estoques de tecido adiposo do corpo mais visíveis

Como conhecer a gordura pode combater o ganho de peso

A endocrinologista conta que, nos últimos anos, a gordura marrom tem sido um alvo interessante e promissor para a intervenção terapêutica. A ativação dela está associada a uma melhora acentuada nos parâmetros metabólicos, inclusive na sensibilidade à insulina.

“A ativação do tecido adiposo marrom pode ocorrer por exposição a temperaturas frias e alguns estudos relatam o papel do sono e da melatonina nessa ativação. Além disso, a atividade física pode aumentar níveis de algumas substâncias que ativam esse tecido, como a irisina”, explica Gabriela.

Na alimentação, algumas opções que parecem estar ligadas à ativação desses tecidos são curcumina, quercetina, tomilho, alicina, ácido retinóide e resveratróis. A médica aponta, porém, que os estudos são preliminares e só foram feitos em laboratório ou em ratinhos. “É muito difícil fazer a avaliação desse tecido em humanos pela dificuldade em realizar o exame para determinar sua presença”, afirma.

O exame PET-FDG é o padrão-ouro para medir a quantidade de tecido marrom no corpo, mas ele é caro, de difícil acesso e desconfortável: o paciente precisa ficar submetido ao frio e à radiação para que o equipamento identifique a gordura.

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