Tipo raro de epilepsia pode passar despercebido. Entenda
Nem toda crise epilética causa convulsões. Em quadros de epilepsia parcial, os movimentos involuntários ocorrem em algumas partes do corpo
atualizado
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As crises de epilepsia costumam ser caracterizadas por uma perda do controle do corpo. O indivíduo passa por contrações musculares intensas, morde a própria língua, baba e pode até se urinar. Entretanto, essa não é a única forma da doença, a condição também pode se manifestar de maneira sutil e até passar despercebida.
A causas mais frequentes de epilepsia são tumores, acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou problemas genéticos. A estimativa é que de 1% a 2% da população mundial tenha epilepsia.
As crises epiléticas ocorrem quando há uma alteração do funcionamento do cérebro. Durante alguns minutos, os impulsos elétricos são emitidos de forma errática, levando às contrações musculares.
A intensidade da crise está relacionada à área cerebral afetada. A generalizada é a mais conhecida, levando à perda de consciência. A parcial atinge áreas específicas e leva a sintomas mais localizados.
O que é a epilepsia parcial?
A epilepsia parcial geralmente atinge os membros superiores ou a face. Ela se manifesta com movimentos involuntários localizados ou com alterações súbitas na visão e na audição. O quadro é mais raro e atinge, em geral, crianças com doenças congênitas (de nascença) ou pessoas com tumores cerebrais.
“Quando o grupo de neurônios afetado é pequeno e a descarga elétrica não se espalha para áreas do cérebro que controlam a consciência, o paciente tem crises focais, menores. Nesses casos, o perigo da condição pode passar desapercebido”, explica o neurologista Guilherme Torezani, coordenador de doenças cerebrovasculares do Hospital Icaraí e do Hospital e Clínica de São Gonçalo, do Rio de Janeiro.
Em casos assim, o sintomas da crise podem estar, por exemplo, focados nas mãos, que podem se contrair ou tremer involuntariamente.
Por conta dos sintomas serem pontuais, a epilepsia parcial pode acabar sendo confundida com outras condições, o que leva a pessoa a adiar o diagnóstico e tratamento.
“Diante de qualquer movimento involuntário que surja de um momento para o outro e tenha uma duração pontual é importante consultar um neurologista para avaliar causas”, aconselha Torezani.
Qual o tratamento?
Há medicações específicas que podem levar a um controle da condição, os chamados remédios antiepiléticos. O canabidiol (CDB) é um dos medicamentos com maior potencial para controlar os sintomas de crises.
Também há possibilidade de fazer neurocirurgias, caso se perceba que há alguma lesão cerebral engatilhando as crises. O neurologista aconselha que pacientes com epilepsia evitem o consumo de álcool, longos períodos de jejum ou de restrição de sono.
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