Teste de impressão digital mostra quem usou ou manipulou cocaína
Abordagem experimental de detecção de impressão digital pode identificar traços de cocaína na pele humana, mesmo depois de lavar as mãos
atualizado
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Uma abordagem experimental de detecção de impressão digital pode identificar traços de cocaína na pele humana, mesmo depois que a pessoa lavou as mãos. O teste, publicado nesta quinta-feira (06/02/2020), na revista científica Scientific Reports, também consegue detectar com precisão se um indivíduo consumiu a droga ou simplesmente a manipulou.
Os pesquisadores da Universidade de Surrey detalharam em sua pesquisa como é possível realizar testes de drogas com precisão e sem dor, usando uma única amostra de impressão digital.
O teste de drogas usa técnicas de espectrometria de massa de alta resolução usadas comercialmente pela empresa Intelligent Fingerprinting, que foram melhoradas para detecção do entorpecente.
O mecanismo detecta a presença de cocaína por meio do suor coletado de impressões digitais. Além da identificação por meio do aparelho, a empresa também oferece um serviço de confirmação de laboratório baseado no material colhido.
Testes
A equipe tirou impressões digitais de pessoas que procuravam tratamento em clínicas de reabilitação, que testemunharam consumir cocaína nas últimas 24 horas.
As impressões digitais foram coletadas de cada paciente e os participantes foram solicitados a lavar bem as mãos com água e sabão antes de fornecer outro conjunto de impressões digitais.
Esse mesmo processo foi usado para coletar amostras de um grupo de não usuários, mas que manipularam a droga com as mãos, a pedido dos pesquisadores.
Os especialistas descobriram que uma molécula produzida no corpo quando a cocaína é ingerida, a benzoilecgonina, é essencial para distinguir aqueles que consumiram a droga da classe A daqueles que a manipularam.
A benzoilecgonina não estava presente nas amostras de não usuários de drogas, mesmo depois de tocar na cocaína e lavar as mãos.
“Uma impressão digital é uma ótima maneira de testar medicamentos, pois é muito rápida e eficiente para coletar. Usando nossa metodologia, é possível analisar uma amostra de impressões digitais para medicamentos em menos de 2 minutos”, afirmou Dr. Min Jang, um dos responsáveis pelo estudo.
A Dra. Catia Costa, da Universidade de Surrey, explicou que, além das drogas ilícitas, o aparelho poderá detectar drogas farmacêuticas nas impressões digitais. “Estamos ansiosos para ver se podemos usar isso para ajudar os pacientes a verificar se seus medicamentos estão sendo administrados na dose certa “, comentou.