Terapia genética é nova esperança contra perda de visão em idosos
A descoberta pode auxiliar no tratamento de degeneração macular relacionada à idade. Milhões de pessoas sofrem com a condição no Brasil
atualizado
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De acordo com dados da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), só no Brasil, cerca de 3 milhões de pessoas sofrem com degeneração macular relacionada à idade (DRMI). A condição causa lesão progressiva da mácula, área central e mais importante da retina, levando a uma perda gradual da visão central.
Mas os pacientes têm uma nova esperança para tratamento: a terapia genética. Criado pela empresa norte-americana Adverum, o protocolo inclui uma injeção de vírus que carrega o código genético produtor de aflibercept, uma proteína que bloqueia o crescimento anormal de vasos sanguíneos, o que causa a perda de visão. O código permite que o organismo aprenda a produzir a proteína e o olho seja curado.
O tratamento é inovador devido ao intervalo entre as doses, que acontecem a cada três anos. Atualmente, as pessoas têm de injetar o aflibercept todos os meses e durante toda vida. Além disso, os medicamentos presentes no mercado podem causar dor e hematomas ao redor dos olhos.
Estudos em andamento
Dados de um estudo em andamento nos Estados Unidos revelam que o novo tratamento reduz em 93% os níveis de fluidos prejudiciais aos olhos. A descoberta foi relatada na conferência anual da Academia Americana de Oftalmologia.
“A DMRI é um enorme problema de saúde pública. Tratamentos baseados em terapia genética como este são empolgantes e estão na vanguarda absoluta da compreensão científica. Será interessante ver os resultados do julgamento. Levará muito tempo até que algo assim esteja disponível”, revelou o oftalmologista Gwyn Williams, em entrevista ao jornal Daily Mail.
Outro estudo com 36 pacientes de 14 hospitais dos EUA está analisando o tratamento para uma condição ocular diferente: o edema macular diabético. A condição é mais frequente em pessoas com diabetes tipo 2.
Degeneração macular relacionada à idade
Os primeiros sinais da DRMI podem ser sentidos geralmente por pessoas entre 50 e 60 anos de idade. A condição é descoberta por meio de exames oftalmológicos de rotina. Com a visão central debilitada por conta da doença, é cada vez mais difícil para o paciente perceber detalhes e identificar linhas retas.
As causas da doença são desconhecidas. No entanto, ela tem sido associada ao tabagismo, pressão alta, obesidade e histórico familiar.
Existem dois tipos de DRMI: seca e úmida. A primeira é a forma mais comum e é resultado do acúmulo de uma substância gordurosa chamada drusa na parte de trás dos olhos. Já a segunda é causada pelo acúmulo de vasos sanguíneos desnecessários no olho. O novo tratamento foi criado para tratar a versão úmida da doença.
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