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Telepatia? Saiba como funciona o chip cerebral proposto por Elon Musk

Segundo Elon Musk, o implante cerebral ainda em fase de testes teria muitas funções, entre elas curar paralisias, cegueira e até Alzheimer

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Elon Musk, empresário naturalizado estadunidense. Ele tem cabelos escuros, pele clara e olhos claros- Metrópoles
1 de 1 Elon Musk, empresário naturalizado estadunidense. Ele tem cabelos escuros, pele clara e olhos claros- Metrópoles - Foto: Anadolu Agency / Getty Images

Desde 2016, o magnata da tecnologia Elon Musk trabalha na elaboração de um chip cerebral com sua empresa de neurotecnologia, a Neuralink. Segundo Musk, o intuito do projeto é desenvolver uma “interface cérebro-computador” que, a princípio, seria usada para ajudar pessoas com paralisias ou doenças do neurônio motor a se locomoverem.

Em recente evento de sua empresa, o bilionário explicou como o implante será inserido no cérebro e quais as propostas do chip. De acordo com Musk, o N1 Link é como um microcomputador ligado a fios costurados no cérebro por um robô.

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O procedimento levará apenas meia hora
Elon Musk é considerado, atualmente, o homem mais rico do mundo
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Um robô removerá um pedaço do crânio, e conectará os eletrodos

Reprodução/Neuralink
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O procedimento levará apenas meia hora

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Elon Musk é considerado, atualmente, o homem mais rico do mundo

Britta Pedersen-Pool/Getty Images

A máquina removeria uma pequena parte do crânio para conectar os eletrodos, deixando uma cicatriz por causa da incisão. O procedimento deve ter duração de 30 minutos e os pacientes não precisariam de anestesia geral, recebendo alta no mesmo dia.

Os neurônios do cérebro transmitem sinais para outras células do corpo, como os músculos e nervos. Segundo o empresário, os eletrodos do Neuralink lerão esses sinais, que serão traduzidos em controles motores nas pessoas com algum problema neural que impeça a locomoção — o chip funcionaria como uma ponte, garantindo que a mensagem chegue ao músculo ou nervo, promovendo o movimento.

A tecnologia também possibilitaria que os usuários do microaparelho controlassem tecnologias externas, como computadores e smartphones. “É como substituir um pedaço do cérebro por um smartwatch”, afirmou. O dispositivo seria carregado por indução.

Quais seriam os benefícios?

O bilionário explica que a invenção eventualmente possibilitará que dois indivíduos se comuniquem apenas por pensamentos. Futuramente, as pessoas também poderão salvar e reproduzir suas lembranças. Durante o encontro, Musk destacou que o foco da tecnologia no momento é permitir que pacientes com paralisia recuperem as habilidades motoras.

Embora a ideia do projeto soe como algo milagroso ou exagerado, o empresário está confiante que é possível restaurar a funcionalidade do corpo inteiro de alguém.

No futuro, o chip seria capaz de reestabelecer a visão, mesmo em pessoas que foram cegas a vida inteira, além de tratar doenças neurodegenerativas como Parkinson, demência e Alzheimer.

O chip é seguro?

Até o momento, o N1 Link foi testado apenas em animais e, apesar de os estudos estarem em fase inicial, os resultados apresentados foram promissores. A principal preocupação é com a saúde dos participantes a longo prazo — apesar de os porcos usados na pesquisa terem seguido com uma vida saudável depois da remoção do chip, alguns macacos morreram durante a pesquisa.

Em 2021, o empresário fez uma demonstração do dispositivo com um primata, que portava o aparelho na cabeça e era capaz de jogar um jogo de computador apenas com o pensamento.

Contudo, em fevereiro deste ano, a Neuralink confirmou que macacos morreram durante os testes. A empresa nega qualquer abuso de animais.

Porém, o Comitê de Médicos para Medicina Responsável (PCRM) fez uma denúncia contra a empresa de Musk, alegando que um dos animais usados nos testes sofria de hemorragia cerebral após ter o crânio perfurado para implantar os eletrodos no cérebro. A instituição diz que a maioria dos macacos precisou ser sacrificada ou morreu por causa dos procedimentos.

Risco de manipulação

Além das alegações de crueldade animal, especialistas temem que os implantes cerebrais possam ser responsáveis por problemas de privacidade.

A diretora fundadora do Center for the Future Mind, Susan Schneider, afirmou em entrevista ao Daily Mail que se o uso generalizado acabar conectando todos os usuários a uma nuvem e fundir humanos com a inteligência artificial, o “modelo econômico” do dispositivo poderá ser usado para vender dados pessoais do usuários.

De acordo com Susan, os pensamentos mais íntimos das pessoas seriam vendidos pelo lance mais alto. Ela ainda alerta para a possibilidade de os chips controlarem os pensamentos dos usuários.

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