Técnica de edição de genes reverte cegueira de duas pessoas nos EUA
Pacientes agora podem ver cores e silhuetas, além de reconhecer membros da família pela primeira vez desde a infância
atualizado
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Uma pesquisa feita na Oregon Health & Science University, nos Estados Unidos, conseguiu reverter parte da cegueira de dois pacientes.
Michael Kalberer, 43 anos, e Carlene Knight, 54 anos, têm Amaurose Congênita de Leber (LCA), uma doença genética rara que faz com que estruturas presentes nos olhos não funcionem corretamente. Alguns dos pacientes com a condição são cegos desde o nascimento, e outros perdem a visão ao longo dos anos, o que aconteceu com ambos.
Os dois possuem uma versão da doença causada por defeito no gene CEP290. O tratamento consistiu em inserir bilhões de vírus carregando uma tecnologia chamada CRISPR nos olhos dois pacientes.
Edição de genes
Os vírus levaram uma espécie de editor de genes para dentro dos olhos dos pacientes, com o objetivo de cortar a mutação genética das células, induzindo o organismo a produzir novos genes. As incisões foram feitas apenas em um olho, a princípio.
Dos sete participantes, apenas Michael e Carlene tiveram bons resultados até o momento. Os dois agora são capazes de enxergar cores e silhuetas, além de conseguir reconhecer alguns membros da família.
“Eu pude ver as cores das luzes da pista de dança mudarem, e as identifiquei com meus primos, que estavam dançando comigo. Foi um momento muito divertido e feliz”, conta Michael à National Public Radio.
Carlene ficou tão feliz por poder ver as cores que decidiu pintar os cabelos de verde, seu tom preferido.
A capacidade de enxergar as silhuetas também ajuda os dois no dia a dia, já que agora são capazes de ver a própria comida e os talheres. “Essas pequenas mudanças são muitíssimo significantes para mim”, explica Michael.
Com o sucesso do experimento, os pesquisadores já receberam autorização para testar a tecnologia em mais pessoas e verificar se os benefícios podem ser multiplicados.