Técnica brasileira contra câncer de pele pode ser incluída no SUS
Tratamento criado pela USP de São Carlos usa laser para combater tumores. Procedimento está em fase de consulta pública
atualizado
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Um tratamento para combater câncer de pele desenvolvido pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos (SP) pode ser implementado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A Terapia Fotodinâmica (TFD), criada pelo Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF), atua utilizando uma fonte de luz específica, que em contato com uma substância fotossensibilizante, induz a morte das células doentes. A técnica já é oferecida no sistema privado de saúde.
A inclusão do procedimento no sistema público de saúde está sendo analisada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que abriu uma consulta pública para que população, profissionais de saúde e pesquisadores votem sobre a inclusão do protocolo de atendimento.
A votação vai até o dia 16 de dezembro e pode ser feita aqui para a população em geral e neste link para profissionais de saúde.
O tratamento é voltado para o câncer de pele não melanoma, em que há a formação de tumores na pele. Para ajudar a população a entender melhor o procedimento, a Conitec criou um relatório com informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS.
Sem diretrizes
De acordo com o documento, atualmente não há Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas (DDT) do Ministério da Saúde para o tratamento de lesões de pele não melanoma. Os pacientes são tratados nos estabelecimentos de saúde de acordo com a gravidade da doença e após avaliação realizada pelo profissional de saúde, que orienta a melhor opção de tratamento para cada situação.
À princípio, a Conitec considerou que a cirurgia apresentou melhores resultados que a TFD para o clareamento das lesões. Segundo a comissão, pacientes tratados com a técnica apresentaram chance 12 vezes maior de ter a lesão novamente do que quem fez a cirurgia.
Porém, a TFD apresentou melhores resultados relacionados à aparência física quando comparado aos que foram submetidos à cirurgia de retirada das lesões. O tema foi discutido durante a 82ª reunião ordinária da comissão, realizada em 9 e 10 de outubro.
Números
O câncer de pele não melanoma é o mais frequente e o de menor mortalidade no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Ele tem alta chance de cura quando detectado e tratado precocemente.
Esse tipo de câncer acomete principalmente indivíduos com mais de 40 anos e com pele clara, porém pode variar a partir da exposição solar, principal fator de risco para a doença.
A doença pode apresentar tumores de diferentes tipos, sendo o mais frequente o carcinoma basocelular (CBC), que corresponde a 80% dos casos, sendo menos agressivo e de evolução lenta.
Outro tipo é o carcinoma epidermoide (CE), que pode evoluir com maior gravidade devido à possibilidade de gerar metástases (espalhar-se para outros órgãos). (Com informações do portal G1)