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TDHA e autismo: saiba principais diferenças entre os transtornos

Especialistas em saúde mental infantil explicam a diferença entre TDAH e autismo e ensinam pais a reconhecer os sinais nas crianças

atualizado

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Foto colorida de duas mãos segurando pelas de quebra-cabeça, símbolo do autismo - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de duas mãos segurando pelas de quebra-cabeça, símbolo do autismo - Metrópoles - Foto: Getty Images

Entre os pais de crianças e adolescentes com sinais de neurodivergência, existe uma angústia constante: muitos dos transtornos têm sinais parecidos e por vezes é difícil determinar qual condição afeta os pequenos.

A confusão é muito comum entre o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e o transtorno do espectro autista (TEA), por exemplo. Embora possam ocorrer simultaneamente, são duas condições diferentes.

TDAH e autismo: principais diferenças

Para ajudar a identificar os sinais, as psicólogas Ariádny Abbud e Nathalia Heringer, especialistas em saúde mental infantil e adolescente, fundadoras do Instituto de Neuropsicologia e Psicologia Infantil (INPI) e criadoras do podcast Infância com Ciência, explicam as principais diferenças entre os transtornos.

Popularmente conhecido como hiperatividade, o TDAH está associado ao descontrole. “Na primeira infância, ele se manifesta por dificuldades comportamentais e na regulação emocional, além de impulsividade motora. O transtorno engloba três categorias de sintomas: desatenção, impulsividade e hiperatividade”, esclarece Ariádny.

Já o indivíduo com autismo apresenta dificuldade de comunicação e interação social, em geral associada a comportamentos repetitivos e padrões restritivos de interesse.

“No TEA, nos dois primeiros anos de vida, há muito interesse da criança em seus cuidadores principais, especialmente na mãe, o que não acontece em outros transtornos. Por isso, após este período, geralmente é ela que percebe os primeiros sintomas, pois a interação é impactada pelas dificuldades de relacionamento social”, explica Nathalia.

Foto mostra criança montando quebra cabeças com as cores do autismo
O autismo possui três graus distintos, do 1, o mais leve, ao 3, o mais severo

Sintomas do TDHA na infância

  • Não conseguir ficar parado e sentado;
  • Estar constantemente em movimento, subindo e correndo em qualquer lugar ou contexto;
  • Necessitar estar sempre em alguma atividade;
  • Falar excessivamente;
  • Ter dificuldade em esperar a vez ou revezar;
  • Ter o hábito de interromper as pessoas;
  • Ter dificuldade de permanecer em atividades calmas.

Sintomas do autismo na infância

O TEA possui diferentes níveis e seus sintomas variam de acordo com a necessidade de ajuda que o paciente com a condição precisa. Muitas pessoas com autismo grau 1 (leve), por exemplo, só são diagnosticadas na idade adulta.

Alguns sintomas, porém, são mais visíveis nos dois primeiros anos de vida — antes que as crianças aprendam a “mascarar” a condição. São eles:

  • Raro contato visual;
  • Falta de resposta quando é chamado;
  • Quase ausência de sorrisos ou outras expressões faciais antes dos 9 meses;
  • Perda moderada a grave de tônus muscular;
  • Ausência de balbucios antes de 12 meses;
  • Menor quantidade de gestos comunicativos, como apontar, mostrar ou acenar com intenção comunicativa antes dos 12 meses;
  • Não falar palavras antes dos 16 meses, ou não ter intenção de se comunicar;
  • Baixa interação social;
  • Regulação emocional atípica;
  • Comportamentos repetitivos envolvendo movimentos corporais ou uso atípico de objetos.
Imagem de diagrama de Venn que mostra os sinais de autismo, altas habilitadades e TDAH - Metrópoles
Quadro mostra diferenças entre alguns transtornos

A importância do diagnóstico precoce

Além de confortar e orientar os pais e responsáveis, o diagnóstico precoce é fundamental para dar o cuidado adequado aos pequenos. “Sempre ressalto que cada caso é único e, por meio do tratamento, vamos ajudar essas crianças a enfrentar suas dificuldades e respeitar suas limitações”, explica Nathalia.

Ariádny lembra que os pais precisam ser co-terapeutas de seus filhos. “Aprender como regular as emoções, a manejar o comportamento interferente e adotar estratégias para ajudar os pequenos é essencial”, conta a psicóloga.

Para ter essas ferramentas, é preciso primeiro procurar um profissional especializado que possa orientar o tratamento. “Os pais não devem presumir que aquele comportamento é ‘normal’ ou que ‘com o tempo passa’. Sempre que houver uma dúvida a respeito do desenvolvimento ou conduta, é o momento de se buscar ajuda”, aconselha Nathalia.

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