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TDAH e burnout : entenda os diagnósticos do jornalista Phelipe Siani

Phelipe Siani explicou que colocou a saúde mental como prioridade, principalmente depois de uma crise de burnout

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Foto selfie de Phelipe Siani proximo a um microfone da CNN. Metrópoles
1 de 1 Foto selfie de Phelipe Siani proximo a um microfone da CNN. Metrópoles - Foto: Reprodução/Instagram

Ex-repórter da Globo e atualmente à frente de um quadro de podcast na CNN Brasil, o jornalista Phelipe Siani abriu o coração ao falar sobre seu diagnóstico de TDAH e suas crises de ansiedade.

Durante entrevista à revista Isto É, Siani revelou que enfrentou um burnout, o que o obrigou a abandonar alguns de seus projetos para focar na saúde mental. Também compartilhou como tem enfrentado esses desafios e ajustado a rotina para lidar melhor com a ansiedade.

“Mudei muito minha vida nos dois últimos anos. Estava com muitas coisas nas costas. Não adianta a gente estar ganhando grana e não estar bem da cabeça. Então, de tempos em tempos, acho importante a gente falar sobre isso [cuidado mental]”, disse em entrevista à Isto É.

O jornalista falou sobre o impacto da ansiedade em sua vida, destacando que, para quem não sofre do problema, é difícil compreender a gravidade. “É algo destrutivo, algo que faz você não conseguir ter um segundo de paz”, desabafou.

Siani, que trabalhou na Globo por 15 anos, contou que atualmente tem priorizado um ritmo mais leve na carreira em função dos problemas psicológicos.

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Phelipe Siani
"Se o Covas [Bruno Covas, prefeito de São Paulo] decreta lockdown, eles se f***m. Porque já começa um papo de flexibilização e os caras decretam lockdown", disse o apresentador
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"Se o Covas [Bruno Covas, prefeito de São Paulo] decreta lockdown, eles se f***m. Porque já começa um papo de flexibilização e os caras decretam lockdown", disse o apresentador

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O que é o TDAH?

O TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) é um distúrbio neurobiológico crônico que se caracteriza por desatenção, desassossego e impulsividade. Os sintomas aparecem na infância, mas podem perdurar por toda a vida, se não forem devidamente reconhecidos e tratados.

Em entrevista anterior ao Metrópoles, a psicóloga Lala Fonseca, especialista em terapia comportamental cognitiva, afirmou que o paciente com o transtorno deve entender que o problema é consequência do funcionamento de seu cérebro e, portanto, é necessário seguir o tratamento para aumentar sua qualidade de vida.

Segundo ela, em adultos, a dificuldade de atenção se manifesta com uma “enxurrada de pensamentos” ou comportamentos impulsivos, que atrapalham os relacionamentos, a vida profissional e a execução dos projetos de vida. “É a caraterística daquela pessoa que começa a fazer uma atividade e, no meio dela, parte para outra. Normalmente, ela faz isso por que sua mente tem dificuldade em manter atenção”, explicou.

Saiba comportamentos que podem estar relacionados ao TDAH:

  • Instabilidade profissional;
  • Rendimento abaixo da capacidade intelectual;
  • Falta de foco e atenção;
  • Dificuldade de seguir rotinas;
  • Maior incidência de divórcios e separações conjugais;
  • Maior incidência de acidentes de trânsito;
  • Dificuldade de planejamento e execução de tarefas propostas;
  • Maior índice de desemprego;
  • Procrastinação;
  • Ansiedade diante das tarefas não estimulantes;
  • Alterações frequentes de humor;
  • Frequentes esquecimentos, perdas e descuidos para datas e reuniões importantes;
  • Dificuldade para escutar e esperar a sua vez de falar;
  • Frequente busca por novas coisas que o estimulem e intolerância a situações monótonas e repetitivas.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento do TDAH

O diagnóstico é exclusivamente clínico, realizado por um psiquiatra ou neurologista com base na avaliação dos sintomas apresentados. Assim como ocorre com outras condições, como a síndrome do pânico e a depressão, não são necessários exames como ressonância magnética, eletroencefalograma ou outros voltados para análises físicas.

O tratamento pode incluir o uso de medicamentos, além de intervenções psicoterapêuticas, como a terapia comportamental, que busca promover mudanças e incentivar atitudes mais saudáveis no dia a dia. Essa abordagem é especialmente útil para melhorar as relações interpessoais, seja no ambiente familiar ou profissional. Além disso, questões como qualidade do sono, prática regular de atividades físicas e alimentação equilibrada são fundamentais.

O que é a síndrome de burnout?

A síndrome de burnout é um distúrbio caracterizado por sintomas de exaustão extrema, estresse intenso e esgotamento físico, geralmente desencadeados por ambientes de trabalho altamente desgastantes.

De acordo com o Ministério da Saúde, o quadro é causado, principalmente, pelo excesso de trabalho, sendo comum em profissões que envolvem alta pressão e grandes responsabilidades, como as exercidas por médicos, enfermeiros, professores, policiais e jornalistas. A rotina competitiva e a constante exigência por desempenho podem levar ao esgotamento físico e mental.

“A síndrome em geral é identificada em seus estágios mais avançados, quando há alterações de sono, dificuldade de concentração, desregulação do padrão alimentar, aumento da ansiedade basal, problemas de relacionamento, alterações de humor importantes ou adoecimentos recorrentes. Como os sinais no início são mais sutis e vivemos um contexto de mundo do trabalho que normalizou a sobrecarga, é difícil percebê-los”, explicou a psicóloga Ediane Ribeiro, em entrevista anterior ao Metrópoles.

Os principais sinais são:

  • Cansaço excessivo, físico e mental;
  • Dor de cabeça frequente;
  • Alterações no apetite;
  • Insônia;
  • Dificuldades de concentração;
  • Sentimentos de fracasso e insegurança;
  • Negatividade constante;
  • Sentimentos de derrota e desesperança;
  • Sentimentos de incompetência;
  • Alterações repentinas de humor;
  • Isolamento;
  • Fadiga;
  • Pressão alta;
  • Dores musculares;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Alteração nos batimentos cardíacos.

Como tratar?

Segundo a psicóloga, ao identificar os primeiros sinais de burnout, é fundamental buscar ajuda profissional para prevenir a evolução do quadro e evitar o esgotamento total.

“Existem várias medidas que podem ser indicadas quando identificamos um burnout em curso. Entre elas estão a reorganização das atividades ou da relação com o trabalho, a busca por auxílio da própria rede de apoio de amigos e familiares ou, até mesmo, nas organizações de trabalho, quando existem canais de escuta profissionais”, orientou Ediane.

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