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Taxa de mortalidade no Brasil aumentou durante crise econômica

Entre 2012 e 2017, os pesquisadores observaram um aumento de 4,3% na taxa de mortalidade adulta, o equivalente a 31,4 mil mortes a mais

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1 de 1 WhatsApp-Image-2019-06-25-at-12.33.56 - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

Pesquisa publicada na revista especializada The Lancet Global Health mostra que a crise econômica impactou a saúde dos brasileiros. Feito por pesquisadores do Reino Unido e do Brasil, o trabalho também avaliou se os programas de saúde e bem-estar social tiveram efeito protetor contra a recessão econômica.

Os pesquisadores estudaram as taxas de mortalidade em 5.565 municípios brasileiros, entre 2012 e 2017, e cruzaram os dados com informações do Ministério da Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Sistema de Informação Orçamento Público em Saúde.

Entre 2012 e 2017, os pesquisadores observaram um aumento de 4,3% na taxa de mortalidade adulta, o equivalente a 31.415 mortes a mais. Ao todo, foram registradas 7.069.242 mortes entre adultos. Durante esse período, a taxa média de mortalidade municipal adulta bruta aumentou 8%: de 143,1 mortes por 100 mil habitantes em 2012 para 154.5 mortes por 100 mil em 2017.

Um aumento na taxa de desemprego de um ponto percentual foi associado a um crescimento de 0,50 por 100 mil habitantes na mortalidade por todas as causas, sendo as mais comuns o câncer e as doenças cardiovasculares.

A mortalidade foi maior entre homens de raça negra ou parda com idades entre 30 e 59 anos – um perfil que sofreu bastante os efeitos do desemprego e da precariedade do mercado de trabalho. Os pesquisadores não encontraram associação significativa entre desemprego e mortalidade para mulheres e adolescentes brancos (15–29 anos) ou mais velhos e aposentados (60 anos ou mais).

Em contrapartida, o aumento da taxa de mortalidade durante a recessão não foi observado em municípios com altos gastos em programas de saúde e proteção social, como o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Bolsa Família.

No trabalho, os pesquisadores escreveram que “os gastos com saúde e proteção social pareciam mitigar os efeitos prejudiciais à saúde, especialmente entre populações vulneráveis”. Segundo eles, essa evidência é uma justificativa para a manutenção de sistemas de saúde e proteção social mais fortes em todos os países.

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