“Aparência da comida me assusta”, diz jovem com transtorno alimentar
A canadense Sara Barnes, 22 anos, tem medo da textura de algumas comidas. Ela tem transtorno alimentar restritivo evitativo (Tare)
atualizado
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Um transtorno raro faz com que a canadense Sara Barnes, 22 anos, viva à base de alimentos de cor bege e de textura simples desde a infância. O cardápio diário dela é formado essencialmente por pão, alguns tipos de carne branca, macarrão com queijo e iogurte natural.
“Fico assustada com a aparência das comidas porque posso imaginar como será a textura na minha boca e imediatamente sei que não posso comê-las. Tenho muito medo de vomitar depois de engolir alguma coisa por causa da textura”, afirma em um vídeo do TikTok. Na publicação, a canadense aparece tentando comer uma linguiça, mas se recusa por medo de engasgar.
A jovem de Ontário, no Canadá, foi diagnosticada há três anos, por um psiquiatra, com transtorno alimentar restritivo evitativo (Tare).
Medo da textura das comidas
O Tare é uma condição relacionada à sensibilidade em relação às características dos alimentos: textura, cor, sabor, aparência e cheiro. A restrição alimentar pode levar os pacientes a sofrerem prejuízos no desenvolvimento físico, cognitivo e psíquico.
Ele é mais comum na infância e na adolescência e tende a perder força ao longo da vida — contudo, pode persistir até a idade adulta. Diferentemente da anorexia ou bulimia, o Tare não está relacionado a como o alimento pode mudar a imagem corporal do paciente, mas sim à aversão por determinadas comidas.
Alimentos como arroz doce, carne vermelha ou asa de frango são absolutamente proibidos nas refeições de Sara devido à textura fibrosa ou por conter gordura.
“Também fico assustada com comidas como pimentões recheados e pizzas muito diferentes porque não consigo lidar com todas as texturas. Não posso comer maionese, molhos grossos para salada ou com pedaços”, conta a jovem na rede social.
Os pais de Sara perceberam que ela evitava algumas comidas desde criança, quando só queria tomar suco. Com 10 anos de idade, eles perceberam que a menina preferia ficar com fome a ter que lidar com comidas de texturas e cores diferentes.
Nas consultas, os médicos alertaram que, caso não se alimentasse, Sara acabaria doente devido à carência de nutrientes e o baixo peso. “Eu como por uma questão de sobrevivência, não por prazer, como a maioria das pessoas”, lamenta.
A canadense está na lista de espera para começar o tratamento contra o Tare, que pode incluir terapia cognitivo comportamental. “As pessoas muitas vezes pensam que sou apenas exigente, mas não deixo de comer porque não gosto. É por que acho que vai me deixar doente”, afirma Sara.
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