Gripe aviária: cientistas acham dezenas de aves mortas na Antártida
Expedição de especialistas à parte do continente gelado encontrou populações dizimadas de aves contaminadas pelo vírus da gripe aviária
atualizado
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O surto de gripe aviária que já foi identificado em vários países do mundo chegou à Antártida. Segundo pesquisadores que estudam o continente gelado há 30 anos, esta é a primeira vez que é registrada a presença do vírus por lá.
A infecção massiva atinge animais da espécie mandrião-antártico, segundo comunicado feito à imprensa nessa segunda-feira (8/4) por cientistas do Centro de Biologia Molecular Severo Ochoa, de Madri, na Espanha.
O alerta foi dado pelos cientistas espanhóis Antonio Alcamí e Begoña Aguado, que acabam de voltar da Antártica. Uma das colônias de mandriões que eles visitaram tinha 80 animais vivos e 50 mortos.
Dois pesquisadores argentinos já haviam encontrado duas aves mortas e coletado seus corpos para uma análise que foi chefiada por Alcamí e Begoña e comprovou a presença do vírus.
Gripe aviária avança em todo o mundo
No início deste ano, especialistas descobriram que um urso polar morreu no Alasca de gripe aviária, o que pode revelar uma adaptação maior do vírus a climas gelados e também um salto mais frequente para espécies de mamíferos.
O surto de gripe aviária começou em 2022, e o vírus infectou diversas espécies — milhares de leões-marinhos mortos ou moribundos foram encontrados no Peru e no Chile.
Há casos de humanos infectados até no Brasil (todos eles tiveram contato direto com aves que morreram da doença, sem registro de transmissão de pessoa para pessoa). Por isso, a gripe aviária tem se tornado uma das maiores preocupações de infectologistas em todo o mundo.
Cientistas ressaltam que a H5N1 é uma variante do vírus influenza e caso seja transmitida entre humanos, não deve levar à uma pandemia tão preocupante quando a de Covid-19. “Claro que temos uma onda significativa e devemos manter vigilância máxima. É, sim, preocupante ver os saltos da doença”, diz o infectologista José David Urbaez Brito, presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal.
“Vivemos em um mundo com uma devastação ambiental muito profunda que leva a cada vez mais contato entre as espécies e uma possibilidade de saltos de doenças entre elas. Temos que nos manter atentos aos impactos disso para nós”, conclui Urbaez.
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