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Surto de doença exótica foi causado por spray de aromaterapia, diz CDC

Americanos foram contaminados com bactéria tropical, mas não saíram do país. Após meses de investigação, cientistas encontraram fonte

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Foto: Shutterstock/João Bidu
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Pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos conseguiram desvendar o mistério que envolvia vários americanos contaminados com uma bactéria rara e presente apenas em climas tropicais. Dois pacientes morreram em decorrência da infecção pela Burkholderia pseudomallei, que causa melioidose.

A bactéria é mais comum em países como Tailândia, Malásia, Singapura e norte da Austrália. Ela é encontrada na água ou solo contaminado. Nenhuma das pessoas diagnosticadas ou suas famílias estiveram na região, uma vez que os casos aconteceram durante a pandemia.

O CDC emitiu um alerta em junho, quando três casos da infecção em diferentes estados americanos foram identificados e se descobriu uma ligação entre eles. Foi feito um exame de sequenciamento genético das bactérias, que eram compatíveis com as encontradas nos outros pacientes.

A investigação mapeou todos os produtos consumidos pelas pessoas infectadas, inclusive os de uso pessoal, como hidratantes, vitaminas e sabão. De acordo com Jennifer McQuiston, uma das cientistas à frente da pesquisa, a bactéria precisa de um ambiente muito úmido para sobreviver, e pode ser encontrada até em produtos para limpeza de mãos.

Após a morte do segundo paciente infectado, o CDC reforçou a investigação, sem sucesso. A última medida era voltar à casa da pessoa, e refazer a busca por produtos contaminados. Foi quando os pesquisadores encontraram uma garrafa de purificador de ar com aromaterapia.

Foi feito um teste PCR, e a bactéria foi identificada no produto, que é feito na Índia, mas revendido pelo Walmart. O supermercado fez um recall das garrafas na última sexta-feira (22/10). O resultado do painel genético que pode confirmar que o vírus é da mesma linhagem que o encontrado nos pacientes ainda não foi concluído.

McQuiston conta que há pedrinhas dentro do produto, que podem não ter sido esterilizadas e estar contaminadas. “Outra probabilidade é que outro ingrediente estava com a bactéria, e ela encontrou nas pedras um ambiente perfeito para se reproduzir” afirma, em entrevista à CNN Internacional.

Segundo a cientista, várias pessoas aplicam a aromaterapia no travesseiro, aumentando a chance de inalação. O grupo vai investigar se os outros pacientes contaminados também compraram o mesmo produto para concluir o caso.

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