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Suplementar vitaminas C e D não previne gripe, dizem médicos

Consumo de suplementos de vitaminas só é necessário para pessoas com déficit nutricional, algo não relacionado com as baixas temperaturas

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1 de 1 vitaminas em fundo vermelho - Foto: Istock

Com a chegada do inverno e o aumento dos casos de doenças respiratórias, alguns passam a consumir por conta própria vitaminas C e D, além de outros suplementos vitamínicos e minerais, na expectativa de evitar gripes e resfriados. A ideia é que os produtos aumentem a imunidade e protejam contra condições comuns da época mais fria do ano.

No entanto, as doenças respiratórias podem ser evitadas com alguns cuidados básicos, como permanecer em ambientes ventilados, manter a vacinação em dia contra a gripe e a Covid-19 e praticar uma boa higienização.

Embora a suplementação possa trazer benefícios e seja indicada para alguns pacientes, ela não gripes ou resfriados. Os especialistas recomendam procurar um médico para verificar se há deficiências e quais são elas, a fim de indicar o melhor suplemento, que deve ser prescrito de forma individualizada.

Os especialistas também recomendam a suplementação de vitaminas e minerais para pacientes portadores de algumas condições de saúde, como diabetes, osteopenia (perda gradual da massa óssea) ou osteoporose. Pacientes oncológicos e imunodeprimidos também podem se beneficiar.

Pacientes submetidos a alguns tipos de cirurgia bariátrica, como aquelas que removem a área de absorção intestinal, também podem precisar de suplementação.

“Alguns pacientes não vão ter a capacidade absortiva de algumas vitaminas e minerais. Então, mesmo que a pessoa tenha uma dieta completa, ela pode precisar suplementar”, diz Celso Cukier, médico nutrólogo do Hospital Albert Einstein. “É o que também acontece em algumas doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn”, afirma Cukier.

Segundo especialistas, não há indicação de suplementação de rotina sem que haja deficiência de vitaminas e minerais detectadas por exames de sangue.

A nutricionista e presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), Sueli Longo, afirma que a suplementação de vitaminas e minerais não está relacionada às estações do ano. Ou seja, ela não irá prevenir doenças respiratórias se for usada de forma preventiva, nem será um tratamento caso o paciente já esteja apresentando tosse, coriza e espirros.

“Ela é indicada quando o indivíduo não consegue ingerir a quantidade recomendada do nutriente por meio de sua matriz alimentar ou quando apresenta quadro de déficit do nutriente diagnosticado através de sintomas clínicos e confirmado por exames laboratoriais”.

Segundo Cukier, o consumo deve ser orientado. “Tomar suplementos nutricionais sem objetivo, simplesmente achando que vai ter uma melhora na performance física ou na prevenção de doenças é muita especulação e não deve ser feito de forma rotineira”, completa.

Veja na galeria alimentos que ajudam a aumentar a imunidade:

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As sementes de girassol, assim como as castanhas, são ricas em selênio e espermidina
As castanhas são um superalimento
A vitamina C presente nas frutas cítricas, como o limão, a laranja e a tangerina, também fortalece o sistema imune
Gorduras boas também ajudam o sistema imunológico a funcionar melhor
A batata doce também está na lista de alimentos que favorecem a imunidade, pois é rica em vitamina A
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O salmão é rico em ômega 3

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As sementes de girassol, assim como as castanhas, são ricas em selênio e espermidina

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As castanhas são um superalimento

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A vitamina C presente nas frutas cítricas, como o limão, a laranja e a tangerina, também fortalece o sistema imune

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Gorduras boas também ajudam o sistema imunológico a funcionar melhor

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A batata doce também está na lista de alimentos que favorecem a imunidade, pois é rica em vitamina A

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Uma alimentação equilibrada e diversificada pode fornecer todas as vitaminas necessárias em quantidades adequadas. Alimentos como laranja, limão, mexerica e goiaba são ricos em vitamina C. Por exemplo, 100 ml de suco de laranja bahia contém 94,5 mg de vitamina C, o que já atende à necessidade diária recomendada por órgãos internacionais.

Por outro lado, a vitamina D é um hormônio esteroide produzido quando a pele fica exposta ao sol. A dermatologista Ivonise Follador, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, recomenda que pessoas saudáveis tomem sol nas pernas ou braços por pelo menos 15 minutos duas vezes por semana. No entanto, é importante evitar a exposição solar entre às 10h e 16h.

A orientação para aqueles que apresentarem sintomas gripais é a mesma da pandemia: utilizar máscaras para evitar a disseminação dos vírus e, sempre que espirrar ou tossir, cobrir a boca e o nariz. Além disso, é essencial lavar as mãos com frequência, manter uma alimentação adequada e evitar ambientes fechados e com grande aglomeração de pessoas.

Riscos do consumo sem indicação

As vitaminas são divididas em dois grupos: as lipossolúveis, como as vitaminas A, E, D e K, que são armazenadas no organismo, e as hidrossolúveis, como a vitamina C e as vitaminas do complexo B, que são eliminadas mais rapidamente. Para ambos os grupos, há riscos para a saúde quando estão presentes em excesso no organismo.

“A utilização exagerada de vitamina D pode causar sintomas de toxicidade no organismo, chegando a causar até quadros neurológicos, como sonolência, confusão e até depressão. O excesso de vitamina C pode causar cálculos renais, por exemplo. É também descrito na literatura médica que o uso de altas doses de vitamina A por longos períodos de tempo pode até estar relacionado com cirrose hepática. Então, a gente tem que tomar muito cuidado com o uso das vitaminas especialmente em altas doses e por tempo prolongado”, afirma Cukier. (Agência Einstein)

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