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Suécia reconhece erros em não adotar lockdown no combate ao coronavírus

País foi considerado exemplo pelo presidente Jair Bolsonaro por não ter adotado medidas de isolamento social mais contundentes

atualizado

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1 de 1 suécia bandeira - Foto: Pixabay

O responsável pela estratégia da Suécia no combate ao coronavírus admitiu que o país deveria ter adotado medidas mais enérgicas de isolamento social para conter a pandemia.

Em resposta a críticas crescentes sobre a posição do país, baseada em ações voluntárias dos cidadãos, o responsável pela agência pública de saúde sueca admitiu que uma abordagem mais dura poderia ter evitado o alto número de mortes registrado no país.

“Sim, acho que poderíamos ter feito mais do que fizemos na Suécia, claramente”, disse Anders Tegnell, epidemiologista-chefe da Agência de Saúde Pública sueca, à rádio Sveriges. “Se encontrássemos a mesma doença, sabendo exatamente o que sabemos hoje, acho que acabaríamos fazendo algo entre o que a Suécia fez e o que o resto do mundo fez.”

Em números absolutos, o país escandinavo tem menos mortos pela Covid-19 do que países como Reino Unido, Espanha e Itália – os epicentros da doença na Europa. Contudo, a taxa de mortalidade per capita sueca é a oitava maior do planeta.

Em uma entrevista ao Estadão em 08/05, Tegnell sustentou que 25% estavam imunes em Estocolmo e rebateu críticas ao modelo adotado no país. “Já temos algo como 25% da população imune, o que significa que atravessamos boa parte do caminho”, disse Tegnell na ocasião.

Considerando apenas a semana entre os dias 26/05 e 02/06, no entanto, o país teve a maior taxa de mortalidade per capita do mundo: 5,29 mortes por milhão. No mesmo período, o Brasil teve 4,34 mortes por milhão de habitantes, segundo o site Our World In Data, que compila dados sobre a pandemia.

O comentário de Tegnell veio após meses de críticas a outros países europeus que adotaram o lockdown: até este momento, o governo sueco, de centro-esquerda, insistia que sua abordagem frente à doença era economicamente mais sustentável.

A insistência gerou uma série de questionamentos e críticas internacionais e domésticas, isolando Estocolmo do bloco europeu. Mais tarde nesta quarta, 03/06, em uma entrevista coletiva, o epidemiologista deu um passo atrás sobre sua declaração e disse que continua a acreditar que a estratégia escandinava é boa, “mas que há sempre melhorias que podem ser feitas”.

Isolamento
No ápice da pandemia, a Suécia foi um dos poucos países onde cafés e restaurantes ficaram abertos, escolas para alunos abaixo de 16 anos funcionavam e amigos e parentes ainda podiam se reunir.

As fronteiras continuaram abertas para visitantes europeus e o isolamento social era voluntário, apostando na cooperação do público. As estatísticas suecas mostram a fraqueza do plano: o país apresenta quase quatro vezes o total de mortos, somando os outros países nórdicos.

Enquanto os mortos por Covid-19 no território sueco chegam a 4.468, com 38.589 casos confirmados, Noruega e Dinamarca, que adotaram medidas de isolamento, têm números bastante inferiores: 8.455 infectados e 237 mortos, e 11.934 infectados e 580 mortos, respectivamente.

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