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Substância tóxica usada em cosméticos pode penetrar na pele

Pesquisa mostrou que substâncias tóxicas usadas em muitas formulações de cosméticos podem entrar no organismo por contato

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Protetor solar - pfas - produtos tóxicos químicos eternos
1 de 1 Protetor solar - pfas - produtos tóxicos químicos eternos - Foto: Pexels

As indústrias muitas vezes utilizam substâncias químicas eternas na composição de seus produtos, apesar de saber que elas são tóxicas. As substâncias per e polifluoroalquil (PFAS) estão entre as mais utilizadas, e servem para tornar os produtos antiaderentes, impermeáveis e resistentes a manchas.

Há a crença de que, por serem muito estáveis, as substâncias PFAS não seriam capazes de entrar no corpo humano. No entanto, agora esta “verdade” está sendo contestada.

As moléculas de PFAS são usadas, por exemplo, em produtos cosméticos e de higiene, como protetores solares e maquiagens. Os PFAS possuem duração indeterminada e não se decompõem em um prazo conhecido.

Estudos já associaram essas moléculas a problemas na tireoide, cânceres, colesterol alto, obesidade, redução no sistema imunológico, maior propensão ao câncer de mama, entre outros. Agora, uma pesquisa publicada pela revista científica Environment International sugere que as moléculas conseguem se infiltrar na pele.

Produtos tóxicos podem penetrar na pele humana

A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade de Birmingham, no Reino Unido. Os pesquisadores testaram 17 substâncias com PFAS, e descobriram que 15 delas conseguiram entrar na pele.

“Anteriormente se acreditava que elas não podiam ser absorvidas pela pele porque a carga elétrica que lhes dá a capacidade de repelir água e manchas também foi considerada incapaz de atravessar a membrana da pele. Entretanto, observamos que estes produtos podem penetrar no corpo até de forma mais simples do que esperávamos”, afirmou a professora Oddný Ragnarsdóttir, líder do estudo, em entrevista ao site da universidade em 24/6.

Os pesquisadores utilizaram as 17 PFAS com maior concentração no meio ambiente para os testes. Eles cultivaram células da pele humana em laboratório (para evitar testar em animais) e aplicaram as substâncias nas amostras, deixando que descansassem por 36 horas.

As amostras foram dissecadas depois para saber até onde as substâncias tinham penetrado. Dos 17 produtos testados, 15 infiltraram ao menos 5% do conteúdo na pele.

A pesquisa também aumentou o alerta das indústrias sobre as alternativas de substituição às PFAS. As moléculas grandes, como o teflon, estão sendo trocadas por menores, como os PFOA. A investigação, entretanto, aponta que o uso de moléculas menores não resolve. Ao contrário, as menores moléculas são as que mais fundo penetram na pele.

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