Harvard: sonhar acordado ajuda a fixar memórias e aprender conteúdos
Pesquisa de Harvard feita com ratos analisou ondas cerebrais para entender como o cérebro funciona quando está em momentos de relaxamento
atualizado
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O estado de divagação que costumamos chamar de “sonhar acordado” pode ser importante para fixar memórias e melhorar o aprendizado, segundo pesquisa realizada por cientistas da Universidade Harvard.
De acordo com o estudo, publicado na Nature na última quarta-feira (13/12), momentos de relaxamento após a exposição a conteúdos novos pode estabelecer conexões cerebrais capazes de reter informações. Para chegar à conclusão, os cientistas realizaram um experimento com ratos.
Conforme descrito pela equipe, “sonhar acordado” corresponde ao momento em que o cérebro visualiza algo que não está mais diante dos olhos. “Queríamos saber se esse processo de devaneio ocorria em um nível neurobiológico e se momentos de reflexão silenciosa poderiam ser importantes para o aprendizado e a memória”, explica o neurobiólogo Nghia Nguyen, participante do estudo, da Universidade de Harvard.
A pesquisa expôs 13 ratos a dois tipos de imagens com padrões preto e branco, em um ambiente não estimulante. Ao monitorar a atividade elétrica dos neurônios dos ratos, os cientistas identificaram os padrões induzidos pelas imagens no córtex visual e no hipocampo, área associada à consolidação de memórias.
Sonhar acordado é também aprender
Cada tipo de imagem provocou um padrão específico de atividade neural. Após as imagens terem sido retiradas, e passado algum tempo em que os animais estavam sem estímulos, a mesma área do cérebro reproduzia um dos padrões neurais anteriormente vistos, indicando que o cérebro dos roedores estava codificando informações visuais mesmo sem a presença das imagens.
De acordo com os pesquisadores, é provável que o cérebro use esse momento de relaxamento pós-atividade para fixar informações. “Estamos bastante confiantes de que, se você nunca se dedicar a nenhum período de inatividade, não terá esses eventos de devaneio, que podem ser importantes para a plasticidade cerebral”, afirmou o cientista Mark Andermann, que orientou o estudo.
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