Ser solitário depois dos 50 anos aumenta o risco de AVC, diz Harvard
Estudo de Harvard aponta risco 56% maior de acidente vascular cerebral (AVC) entre pessoas com mais de 50 anos que se sentem solitárias
atualizado
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Um estudo feito por pesquisadores de saúde pública de Harvard, nos Estados Unidos, apontou que pessoas solitárias acima dos 50 anos têm risco aumentado para acidente vascular cerebral (AVC).
A pesquisa indica que indivíduos que relataram se sentir constantemente solitários tiveram 56% mais chances de ter um AVC em comparação com aqueles que disseram sentir a sensação muito raramente.
A investigação foi publicada nessa segunda-feira (24/6) na revista eClinicalMedicine. Foram utilizados para o estudo dados de saúde de 12,1 mil adultos com mais de 50 anos que responderam perguntas sobre a sensação de solidão em 2008. Em 2012, 8,9 mil deles voltaram a responder o questionário.
Os participantes foram acompanhados até 2018 para avaliar quais deles teriam um AVC. Entre o grupo que respondeu apenas uma pesquisa, 1,2 mil tiveram derrames. Entre os que participaram dos dois questionários, 601 sofreram AVCs no mesmo período.
Como ser solitário aumenta o risco de AVC?
Ao cruzar os dados de solidão recorrente dos pacientes com aqueles que tiveram derrames, houve um risco 56% maior de AVCs entre aqueles que responderam as duas pesquisas com “solidão constantemente alta”. Entre os que se disseram muito solitários em apenas uma pesquisa, o risco foi 25% maior do que entre os que não se consideraram sozinhos.
“Nosso estudo concluiu que, especialmente quando vivenciada de forma crônica, a solidão pode desempenhar um papel importante na incidência de AVC. A sensação é cada vez mais considerada um importante problema de saúde pública. Nossas descobertas destacam ainda mais o porquê disso”, resume a pesquisadora Yenee Soh, a líder do estudo, em comunicado à imprensa.
Os pesquisadores tomaram o cuidado de diferenciar a sensação de solidão, que é uma percepção individual, do ato de estar isolado socialmente por escolha. “Mais que estar só, a sensação de abandono e de solidão parece levar a consequências psicossomáticas profundas que acabam desregulando todo o organismo com um impacto evidente no sistema circulatório”, diferencia Soh.
Aqueles que experimentaram a solidão situacional (os níveis médios de resposta ao questionário) não apresentaram risco elevado de AVC. Por isso, os pesquisadores acreditam que o impacto da solidão no risco de AVC é algo que ocorre a longo prazo, se acumulando no organismo.
Porém, eles indicam que o ideal para medir os impactos do AVC, além dos questionários, é verificar os níveis de estresse nos voluntários. Os cientistas também apontam que com entrevistas mais constantes seria possível entender melhor a flutuação da sensação de solidão e os impactos dela na saúde de forma mais sistêmica.
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