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Solidão pode alterar proteínas que desencadeiam doenças, diz estudo

Estudo encontra níveis mais altos de certas proteínas em pessoas que relataram isolamento social ou solidão

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Noah Silliman/Unsplash
Homem sozinho em frente à janela. Representação da solidão
1 de 1 Homem sozinho em frente à janela. Representação da solidão - Foto: Noah Silliman/Unsplash

Não é de hoje que a medicina aponta para os riscos aumentados de morte precoce e de doenças crônicas em pessoas que têm pouca ou nenhuma interação social regular. No entanto, se desconhecia o que acontecia no corpo de indivíduos solitários para aumentar o risco de ter alguma doença.

Um estudo publicado na Nature Human Behavior nesta sexta-feira (3/1), porém, parece ter encontrado uma pista. A pesquisa chefiada por médicos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade de Fudan, na China, aponta que estar perto de muitas pessoas fortalece o sistema imunológico e reduz o risco de doenças.

A investigação revelou que a conexão entre solidão e saúde debilitada está ligada a alterações nos níveis de proteínas no sangue. Foram feitos exames em cerca de 42 mil adultos e identificadas 175 proteínas mais abundantes nos testes daqueles que se identificavam como pessoas isoladas socialmente.

Essas proteínas são produzidas em resposta à inflamação, infecção viral e como parte de nossas respostas imunológicas, além de terem sido associadas a doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, derrame e morte precoce.

“As proteínas que identificamos nos dão pistas sobre a biologia que sustenta a saúde precária entre pessoas socialmente isoladas ou solitárias, destacando por que os relacionamentos sociais desempenham um papel tão importante em nos manter saudáveis”, afirmou o professor Jianfeng Feng, um dos participantes da investigação, em comunicado à imprensa.

Proteínas associadas à solidão

Uma das proteínas produzidas em níveis mais altos como resultado da solidão foi a ADM. Ela regula o estresse e restringe a produção de hormônios sociais, como a oxitocina, que gera sensações de prazer e euforia. Altos níveis dessa proteína foram relacionados a alterações no cérebro, como a redução do volume de algumas regiões do órgão, como o caudado esquerdo, área fundamental para o processamento emocional.

Outra proteína, a ASGR1, foi vinculada ao risco elevado de doenças cardiovasculares e identificada na maioria das pessoas que afirmaram se sentir solitárias.

A professora Barbara Sahakian, uma das autoras, reforçou a necessidade de iniciativas que promovam conexões sociais para manter a população saudável. “Mais e mais indivíduos de todas as idades estão relatando se sentir solitários. Precisamos encontrar maneiras de combater esse problema crescente e manter as pessoas conectadas para ajudá-las a continuar saudáveis”, concluiu ela.

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