Sociedade de Infectologia se posiciona pró-lockdown no Brasil
Em nota assinada com a Associação Médica Brasileira, entidade destaca importância das medidas de restrição no atual momento
atualizado
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Com o aumento de casos e óbitos de Covid-19 registrado nas últimas semanas no Brasil e a resistência de parte da população em aderir às medidas restritivas adotadas por governadores, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB) se posicionaram a favor do lockdown.
A diretoria das associações, que assina a nota, afirma que a vacinação no país é lenta, e que parte da população ignora todas as ações preventivas. “Trata-se de uma medida extrema, mas de efetividade científica comprovada quando não há outras formas capazes de controlar a transmissão comunitária e reduzir rapidamente o número de novos casos e de óbitos”, diz o documento.
O grupo explica que o lockdown deve ser adotado apenas em locais com situação crítica, e por período determinado, com fiscalização rígida e punição a quem desrespeitá-lo. “É uma medida individualizada, na tentativa de evitar o colapso do sistema de saúde local”, escrevem.
Ainda de acordo com a nota, o fechamento de bares, restaurantes e boa parte do comércio não é uma determinação popular e pode agravar as dificuldades econômicas observadas no momento, mas é preciso “dar um passo para trás para, em seguida, dar dois para frente”.
Os especialistas chamam, ainda, a atenção para a responsabilidade da população na situação atual, alertando que aqueles que se negam a praticar as medidas preventivas e a permanecer em isolamento quando acometidos pela doença são os principais culpados pelas “graves consequências sociais e econômicas que assolam o nosso país de maneira contundente”.
“Nosso papel é agir em defesa de toda e qualquer medida fundamental para a proteção de vidas e, neste momento, nas cidades e estados que estão próximos ao colapso do sistema de saúde, poucas medidas nos restam, incluindo medidas mais restritivas e rigorosas de distanciamento social, como adoção de toque de recolher e, eventualmente, o lockdown, até que possamos voltar a oferecer leitos hospitalares e atendimento médico digno à nossa população”, conclui o documento.