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“Só sobrarão vacinados, curados ou mortos”, diz ministro alemão

Crescimento de casos de Covid-19 na Alemanha fez o ministro da Saúde usar palavras duras para convencer os que ainda não se vacinaram

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Andreas Gora – Pool/Getty Images
Ministro alemão da Saúde, Jens Spahn
1 de 1 Ministro alemão da Saúde, Jens Spahn - Foto: Andreas Gora – Pool/Getty Images

O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, escolheu nesta segunda-feira (22/11) palavras drásticas para motivar a parcela da população da Alemanha que ainda não se vacinou contra a Covid-19 a tomar a vacina.

“Possivelmente, ao fim deste inverno, praticamente todos aqui na Alemanha — isso às vezes é dito, de forma algo cínica — estarão vacinados, curados ou mortos. Mas de fato é assim”, disse Spahn em Berlim.

A frase, em alemão, faz alusão à chamada regra 3G, que restringe a presença em locais públicos fechados a pessoas vacinadas, curadas ou com um teste negativo (em alemão geimpft, genesen, getestet), substituindo o último termo por gestorben (mortos).

Spahn lembrou que a variante Delta do coronavírus é muito contagiosa. “E por isso recomendamos com veemência a vacina”, completou. Ele acrescentou que se vacinar é um ato de solidariedade, pois quem se vacina protege também os outros.

Ele também defendeu o uso da vacina da Moderna, à qual o Ministério da Saúde quer dar preferência antes que as doses disponíveis percam a validade, no início de 2022. O ministro disse que a vacina da Moderna é “boa, segura e muito eficaz”.

Na Alemanha, 70,5% da população tomou a primeira dose de uma vacina contra a Covid-19, e 68% tomaram duas doses. Os números estão estagnados já há algumas semanas. Exatos 7% da população já tomou a dose de reforço.

“Emergência nacional”

Na última sexta-feira, Spahn afirmou que a situação da Covid-19 piorou nos últimos dias e agora está ainda “mais séria do que na semana passada”, alertando que o país enfrenta “uma emergência nacional” em relação à pandemia.

Questionado sobre a possibilidade de o governo impor um novo lockdown a toda a população, ele respondeu: “Estamos em uma situação na qual não podemos descartar nada.”

As declarações vieram no dia em que a câmara alta do Parlamento alemão, o Bundesrat, aprovou um novo pacote contra a pandemia elaborado pela provável futura coalizão governamental, um dia depois de a câmara baixa ter dado luz verde às regras.

Nas últimas duas semanas, o número de novos casos aumentou mais de 60% na Alemanha. Na quinta-feira passada, o país registrou mais de 65 mil infecções em 24 horas, um recorde desde o início da pandemia. Autoridades de saúde alertaram que esse número deveria pelo menos dobrar dentro de alguns dias.

Nesta segunda, foram registradas 30.643 infecções. O número de casos costuma ser mais baixo nos fins de semana, quando nem todas as secretarias de Saúde comunicam seus dados e são realizados e avaliados menos testes.

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