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Skinbióticos: saiba o que são e como contribuem para a imunidade da pele

Nova geração de produtos contêm bactérias boas para o organismo, capazes de fortalecer a barreira de proteção cutânea

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mulher negra cuidando da pele
1 de 1 mulher negra cuidando da pele - Foto: FreePik

A pele, assim como os demais órgãos, precisa de cuidados especiais para manter a imunidade fortalecida. Atualmente, o mercado dermatológico conta com os chamados skinbióticos ou prebióticos tópicos, produtos com ingredientes que estimulam o crescimento de bactérias benéficas à pele para restaurar o equilíbrio do microbioma cutâneo.

Segundo especialistas, o uso frequente desse tipo de produto pode diminuir estragos causados por fatores ambientais, como poluição, além de amenizar sintomas de doenças como psoríase, acne e dermatite atópica.

De acordo com Paola Pomerantzeff, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a barreira cutânea é formada por elementos físicos, químicos e biológicos. Muitos desses elementos que formam a pele são bactérias, fungos e vírus. “Esses microrganismos ‘bonzinhos’ são os chamados comensais. A presença deles na pele previne o surgimento de germes causadores de doenças e mantém o pH da pele em equilíbrio”, detalha a médica.

Apesar de fazerem parte da flora natural cutânea, os comensais podem causar infecções caso “entrem” na pele por meio de fissuras, machucados, arranhões ou queimaduras — ou seja, quando a barreira cutânea está desprotegida. O afinamento da pele, a diminuição das células de defesa e da vascularização (decorrentes de constantes agressões, principalmente por causa do envelhecimento) também enfraquecem a capacidade de proteção da pele.

Má alimentação, hábitos de higiene, uso de cosméticos muito abrasivos (sabonetes e produtos que removem essas bactérias), além do estresse emocional, também afetam o microbioma da pele. “Quando a população do microbioma se reduz, as bactérias, vírus e fungos podem se instalar, causando infecções e doenças. Uma vez que ocorrem alterações, a pele tende a ficar desprotegida, ficando suscetível a doenças como psoríase, dermatite atópica e acne”, reforça a dermatologista Paola Pomerantzeff.

Desequilíbrio
O desequilíbrio na microbiota cutânea pode, ainda, deixar a pele desidratada, sem brilho e mais suscetível a irritações. É aí que entram os skinbióticos.

A família dos “bióticos” é formada por três categorias principais: probióticos, prebióticos e pós-bióticos. Os probióticos são microrganismos vivos, ou seja, as bactérias propriamente ditas e não estão presentes em dermocosméticos. Os prebióticos seriam o alimento desses microrganismos vivos. Após “comerem” os prebióticos, os microrganismos vivos liberam os pós-bióticos, ou seja, enzimas, ácidos orgânicos, peptídeos e polissacarídeos.

Quando inseridos na fórmula de cremes e hidratantes, os pós-bióticos imitam os efeitos benéficos dos microrganismos naturais da pele, já que são formados pelas mesmas substâncias que seriam produzidas pelas bactérias cutâneas. “Muitos pós-bióticos ajudam a melhorar a imunidade da pele no sentido de não gerar autoimunidade ou alergias”, completa Tatiana Gabbi, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

De acordo com a dermatologista, produtos prebióticos e pós-bióticos são indicados para pessoas com pele sensível e com tendência a ter barreiras cutâneas fragilizadas. Para cada tipo de pele, contudo, há um tipo certo de skinbiótico. “É importante procurar um dermatologista para saber quais são os melhores tratamentos para a sua pele. Normalmente esse tipo de produto não é barato e, caso alguém use um que não é indicado para aquele tipo de pele, pode ter malefícios”, alerta Tatiana.

Barreira de proteção
A pele é formada por diversas estruturas especificamente desenhadas para garantir que substâncias e microrganismos indesejáveis fiquem bem longe. Na epiderme (camada da pele que está diretamente em contato com o exterior), por exemplo, há o queratinócito, célula responsável pela produção de queratina, substância que protege a pele devido à sua resistência e impermeabilidade.

Há também os melanócitos, responsáveis pela produção de melanina, que tem como principal função a proteção da pele por meio de produção de pigmentos. “A epiderme possui ainda células responsáveis pela imunidade: as células de Langerhans”, explica Abdo Salomão, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Outras estruturas que formam a pele são as proteínas e os peptídeos, cuja função é manter a barreira cutânea autorrenovável. De acordo com Abdo Salomão, agentes externos, como poluição, poeira ou vento, e alguns hábitos de vida, como o tabagismo, podem fazer com que a produção de proteínas aumente. “Isso indica que pode haver o rompimento da barreira, deixando a pele vulnerável e com baixa imunidade”, detalha o médico. Outros ingredientes que ajudam a manter a imunidade cutânea saudável são os polifenóis, os peptídeos bioidênticos da carnosina e a niacinamida.

Além de investir em dermocosméticos específicos, alguns cuidados podem ajudar a preservar o microbioma da pele. Banho morno, rápido e com sabonetes que consigam manter o pH da pele é a primeira dica, segundo a dermatologista Paola Pomerantzeff.

Outra sugestão é deixar a pele sempre hidratada, para manter um ambiente favorável para os microrganismos bons. “Aposte em hidratantes prebióticos que favorecem as bactérias boas do microbioma, protegendo a região das doenças de pele”, ensina a médica. “Conter o estresse é muito importante também. Procure incluir atividades físicas na programação, além de procurar profissionais que auxiliem no controle da ansiedade.”

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