1 de 1 mulher doente assoa nariz em papel. Ela está deitada no sofá ao lado de medicamentos, covid longa-Metrópoles
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Uma pesquisa da Universidade de Florença e do Hospital Universitário Careggi, na Itália, sugere que os sintomas relacionados à Covid longa podem ser diferentes a depender da variante que infectou a pessoa.
Os pesquisadores descobriram uma mudança significativa no padrão de problemas entre os pacientes infectados no início da pandemia e aqueles que tiveram a doença quando a variante Alpha era dominante, em 2021.
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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada
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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo
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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia
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Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa
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Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns
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O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%
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Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade
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O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar
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Segundo a pesquisa, quando a variante Alpha era a cepa dominante, os sintomas pós-Covid prevalentes foram dores musculares, insônia, confusão mental e ansiedade/depressão.
Por outro lado, perda do olfato, dificuldade em engolir e deficiência auditiva eram menos comuns na primeira onda, com a versão original do vírus.
Os pesquisadores observaram 428 pacientes atendidos no serviço ambulatorial pós-Covid do Hospital Universitário Careggi, entre junho de 2020 e junho de 2021.
Contudo, o estudo não fez o sequenciamento genético de amostras de cada paciente e se baseou no cenário epidemiológico do período para chegar às suas conclusões.
Mais chances de ter Covid longa
As análises sugerem que as pessoas com formas mais graves, que necessitaram de medicamentos imunossupressores, tinham seis vezes mais chances de relatar Covid longa, enquanto aqueles que receberam suporte de oxigênio de alto fluxo tinham 40% mais chances de apresentar problemas contínuos.
A pesquisa aponta ainda que mulheres eram quase duas vezes mais propensas a relatar os sintomas persistentes, quando comparadas aos homens.
Outra descoberta inesperada foi a de que pacientes com diabetes tipo 2 pareciam ter um risco menor de desenvolver os sintomas pós-Covid.
Os autores, porém, dizem que são necessários mais estudos para entender melhor esse fenômeno.