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Estudo identifica sintomas da Covid longa em crianças e adolescentes

A Covid longa pode afetar a qualidade de vida das crianças e adolescentes. Confira os principais sintomas relatados na pesquisa

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Foto de stock de Uma jovem doente deitada na cama com febre alta. Covid 19 e Foto de estoque de gripe fria
1 de 1 Foto de stock de Uma jovem doente deitada na cama com febre alta. Covid 19 e Foto de estoque de gripe fria - Foto: GettyImages

A Covid longa é uma condição que pode afetar a vida das pessoas por meses, ou até anos, após a infecção pelo coronavírus. Um novo estudo encomendado pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH), dos Estados Unidos, conseguiu identificar quais sintomas prolongados experimentados por jovens estão mais associados à infecção pelo SARS-CoV-2.

A pesquisa, publicada no Journal of the American Medical Association em 21 de agosto, analisou sintomas persistentes que eram mais frequentes em crianças com histórico de infecção por Covid-19 em comparação àquelas que nunca contraíram a doença.

De maneira geral, a Covid longa engloba sintomas como dores, fadiga e perda de memória, que persistem ou retornam mais de um mês após a Covid-19.

Para entender como a Covid longa afeta as crianças e verificar se os sintomas variam entre diferentes idades ou em comparação com os adultos, os pesquisadores analisaram dados da iniciativa de Pesquisa da Covid para Melhorar a Recuperação (RECOVER).

“Temos evidências convincentes de que a Covid-19 não é apenas uma doença branda e benigna para crianças”, afirma o professor de pediatria Lawrence C. Kleinman especialista em saúde populacional na Rutgers Robert Wood Johnson Medical School (RWJMS) e coautor do estudo. “Há crianças que ficam claramente incapacitadas pela Covid longa por longos períodos de tempo”, diz.

Sintomas em crianças e adolescentes

O estudo contou com dados de 898 crianças em idade escolar, sendo que 751 já tinham sido infectadas pelo coronavírus e outras 147 não tiveram infecção prévia. Além disso, a investigação incluiu 3.109 adolescentes que tiveram Covid-19 e 1.369 que nunca foram infectados, abrangendo mais de 60 instituições de saúde nos Estados Unidos.

A pesquisa avaliou 74 sintomas associados à Covid-19 em diferentes áreas: olhos, ouvidos, nariz e garganta; coração e pulmões; sistema gastrointestinal; pele; sistema musculoesquelético; sistema neurológico; aspectos comportamentais e psicológicos e ciclo menstrual.

Os sintomas prolongados foram observados em quase todas as áreas do corpo, com a maioria das crianças e adolescentes sendo afetada em mais de um sistema.

Ao analisar os dados, os pesquisadores descobriram que 45% das crianças em idade escolar (de 6 a 11 anos) que foram infectadas com Covid-19 relataram pelo menos um sintoma prolongado após a recuperação inicial, em comparação com 33% das crianças não infectadas.

Entre os adolescentes de 12 a 17 anos, 39% dos que tiveram Covid-19 relataram sintomas prolongados, enquanto apenas 27% dos adolescentes que não foram infectados tiveram sintomas semelhantes.

Os sintomas mais comuns foram:

  • Em crianças: dificuldade de memória ou concentração (44%), dor de estômago (43%), dor de cabeça (57%) e dificuldade para dormir (44%);
  • Em adolescentes: alteração ou perda de olfato e/ou paladar, dor no corpo, músculos ou articulações (60%), cansaço diurno (80%), dor de cabeça (55%) e dificuldade de memória ou concentração (47%).

“As crianças apresentaram sintomas prolongados após a infecção por Covid-19 em quase todos os sistemas , com a maioria apresentando envolvimento multissistêmico”, escreveram os autores no artigo.

Os cientistas destacam que mais trabalhos são necessários para entender os sintomas da Covid longa em pacientes mais jovens e para desenvolver protocolos de tratamento eficazes. No entanto, para Kleinman, as últimas descobertas não deixam dúvidas que a Covid longa em crianças é real.

“As crianças pegam Covid longa, e não é raro. Elas não estão fingindo ou inventando. Esta é uma nova doença crônica em crianças com todas as incógnitas que isso traz. Precisamos estar preparados para lidar com isso por uma geração”, alerta o pesquisador.

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