Estudo aponta sintoma de Alzheimer que pode aparecer aos 40 anos
Pesquisa indica que pessoas com risco aumentado para o Alzheimer apresentam um sinal precoce de declínio cognitivo
atualizado
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Uma investigação liderada por médicos ingleses apontou que o Alzheimer pode apresentar sinais precoces em pessoas que têm 40 anos, décadas antes de sintomas mais conhecidos, como a perda de memória, se apresentarem.
A pesquisa feita por cientistas do University College London, na Inglaterra, indicou que a má navegação espacial pode ser um dos principais indicativos precoces da doença, aparecendo até 20 anos antes da média de idade inicial de sintomas mais conhecidos, como a perda de memória.
A investigação foi publicada na revista Alzheimer & Dementia em fevereiro e foi feita com uma centena de voluntários entre 43 e 66 anos. Os participantes usaram um óculos de realidade virtual que os desafiava a navegar por um labirinto virtual e avaliava a capacidade deles de geolocalização.
Metade dos voluntários tinha um risco hereditário aumentado de desenvolvimento de Alzheimer devido à presença do gene APOE4, que foi recentemente indicado como praticamente uma certeza do aparecimento do declínio cognitivo.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas com o gene APOE4 mostraram um desempenho piorado nas tarefas de navegação, embora em outros testes cognitivos tenham tido resultados semelhantes aos outros participantes.
“Nossos resultados sugerem que os comprometimentos na navegação espacial podem se desenvolver anos, ou mesmo décadas, antes do início de quaisquer outros sintomas”, explica a neurocientista Coco Newton, líder do estudo, em entrevista à UCL.
Descoberta pode ajudar no tratamento do Alzheimer
Os resultados de homens com APOE4 foram ainda piores, o que sugere uma diferença de gênero no aparecimento destes sintomas. Para os pesquisadores, os resultados da investigação podem servir para criar exames que permitam uma detecção mais precoce e eficaz do Alzheimer, permitindo tratamentos que desaceleram seu desenvolvimento.
“Sabemos que certos medicamentos podem realmente ser capazes de retardar a doença se as pessoas os receberem de forma precoce, então quanto mais cedo conseguirmos fazer o diagnóstico, melhor vai ser o tratamento no futuro”, conclui Coco.
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