Síndrome do fim de ano: saiba como dezembro afeta a saúde mental
O simbolismo de fechamento de ciclo que acompanha o período produz ansiedade e depressão em quem está insatisfeito com a própria vida
atualizado
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Você já ouviu falar em Síndrome do Fim de Ano ou “dezembrite”? Assim é conhecido o fenômeno relacionado ao aumento dos casos de ansiedade e depressão que acontecem do fim de novembro até o último dia de dezembro. Enquanto a época de festas deixa uma parte da população mais feliz e cheia de esperanças, outra parte é tomada por sentimentos como ansiedade, tristeza e melancolia.
A psicóloga Marianna Cruz, do corpo clínico do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), explica que algumas pessoas sofrem com sentimentos negativos por conta do simbolismo de fechamento de ciclo que o período de Natal e Ano Novo tem. “Isso traz reflexões sobre desempenho, sobre como cada um usou o seu tempo e sobre a satisfação com os relacionamentos interpessoais”, afirma Marianna.
Para as pessoas que não viveram de acordo com seus propósitos, a autocobrança vem intensa e gera muita insatisfação. “A autocobrança provoca gasto de energia, prejudicando, assim, a autoconfiança e a autoestima das pessoas. Esse processo costuma acontecer também em vésperas de aniversário”, relata Marianna Cruz.
Como lidar?
Para afastar os sentimentos negativos, Marianna recomenda o desenvolvimento de uma postura mais respeitosa e compreensiva consigo mesmo.
“É importante entender que a autocobrança não é uma qualidade. Pelo gasto de energia emocional, ela prejudica que façamos mudanças e reconheçamos o que temos de bom”, garante a psicóloga, que compara o sentimento à sensação de andar em um carro com o freio de mão puxado.
Ainda segundo a especialista, o primeiro passo para afastar os pensamentos negativos é ser grato e cultivar o hábito de destacar as qualidades e os aspectos positivos em si mesmo e nos acontecimentos da vida. “A gratidão é uma das forças fundamentais para o fortalecimento da saúde emocional do ser humano. O hábito de agradecer traz bem-estar, aumenta a autoestima e, consequentemente, traz forças para gerar mudanças.”
A psicóloga do Instituto do Coração de Taguatinga acrescenta que os que estiverem vivenciando os sintomas negativos de forma intensa devem buscar ajuda profissional para tratá-los.