Síndrome de Burnout pode gerar arritmia cardíaca, sugere estudo
Acompanhamento feito com 12 mil pessoas durante 25 anos mostrou associação entre a fibrilação arterial e o esgotamento mental
atualizado
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O sentimento de exaustão, desânimo e desesperança descrito como síndrome de Burnout pode estar associado ao aparecimento de doenças cardíacas. Ou seja, o mal-estar mental também teria consequências físicas capazes de colocar em risco a vida dos pacientes.
A primeira pesquisa que se aproxima do assunto foi publicada no início deste ano no European Journal of Preventative Cardiology. O grupo liderado por Parveen Garg, da Universidade do Sul da Califórnia, acompanhou 12 mil pessoas pelo período de 25 anos. Além de exames físicos periódicos, os participantes foram avaliados de acordo com respostas sobre níveis de raiva, exaustão mental, apoio social e uso de antidepressivos.
O cruzamento de informações mostrou que os voluntários que desenvolveram fibrilação arterial – um tipo de alteração nos batimentos cardíacos que, se não diagnosticada e tratada, pode resultar em infarto ou AVC – eram os que tinham relatado maior nível de exaustão mental. As outras variáveis estudadas, como o uso de antidepressivos e o nível de raiva, não apresentaram correlações significativos com a doença.
“A exaustão está associada ao aumento de inflamações e de respostas do corpo às situações de estresse”, afirmou o líder do estudo em entrevista à imprensa internacional. “Quando essas duas coisas são ativadas cronicamente, podem ter efeitos sérios e prejudiciais no tecido cardíaco, o que pode levar ao desenvolvimento dessa arritmia”, completou. Como a pesquisa é observacional, ainda é necessário prosseguir nos estudos para estabelecer uma relação direta entre a fibrilação arterial e a síndrome. (Com informações da CNN)