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Síndrome da boca ardente: doença intriga médicos e não tem cura

Queimação na boca e alteração de paladar são sintomas da enfermidade que afeta, em sua maioria, mulheres na menopausa

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Mulher com a língua para fora - Metrópoles
1 de 1 Mulher com a língua para fora - Metrópoles - Foto: Canva

Presente em relatos médicos desde o século 19, a síndrome da boca ardente se caracteriza por uma sensação de queimação na língua e por alterações no paladar, que levam os pacientes a experimentarem constantemente um gosto amargo e metálico. As causas do problema ainda não estão bem definidas e, por isso, a condição de saúde é considerada intrigante.

A literatura médica aponta mulheres no período da menopausa como as mais afetadas pela síndrome da boca ardente, mas a relação ainda não foi completamente estabelecida. Há suspeitas de que as alterações hormonais durante o período tenham relação com o surgimento da ardência bucal. Mas, além delas, os homens também podem apresentar o problema.

Não há exames específicos para identificar com clareza a condição. Por isso, o diagnóstico precisa ser feito por exclusão: quando não restam outras possibilidades de doenças para os sintomas descritos, aponta-se para a síndrome da boca ardente primária.

“É um quadro no qual os pacientes descrevem os sintomas com muita clareza, mas quando partimos para a investigação, não encontramos nada”, comenta Luis Francisco Duda, otorrinolaringologista do Hospital IPO, do Paraná.

Os sintomas de ardência e confusão no paladar também podem aparecer associados a outras doenças, como Parkinson, síndrome de Sjögren, diabetes, hipotireoidismo ou até mesmo por conta de deficiência de vitamina B12 – nesses casos, a síndrome da boca ardente é classificada como secundária.

Fatores psicológicos

De acordo com o especialista, a sensação provocada pela síndrome da boca ardente é semelhante a de ter comido pimenta, que diminui apenas com a ingestão de alimentos frios. “É comum termos relatos de pacientes que ficam chupando gelo para amenizar o sintoma”, comenta Duda.

Fatores psicológicos também costumam estar presentes quando o diagnóstico da síndrome da boca ardente é confirmado. “Há muitos casos nos quais é relatado um quadro de ansiedade ou depressão, mas não temos como saber se são essas questões psicológicas que geram a ardência ou se é o contrário”, afirma o médico.

Tratamento

Para o tratamento da síndrome, é necessário o acompanhamento de otorrinolaringologistas ou estomatologistas, especialistas no diagnóstico de doenças da boca. Analisando o perfil do paciente é possível definir o tratamento, visto que não existe um único medicamento para o quadro, podendo ser indicados antidepressivos, ansiolíticos e antioxidantes. Em alguns casos, a terapia ajuda a controlar os sintomas.

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