Estudo identifica sinal importante de doenças comuns no fígado
As doenças hepáticas estão se tornando cada vez mais comuns, impulsionadas pelo aumento da obesidade e estilos de vida sedentários
atualizado
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Um estudo feito na Universidade de Basileia, na Suíça, mostra que pacientes diagnosticados com problemas de saúde ligados ao acúmulo de gordura no fígado têm pior qualidade do sono. Essas pessoas acordam mais vezes durante a noite e permanecem acordadas por mais tempo depois de irem para a cama.
A pesquisa focou em pacientes diagnosticados com esteatose hepática associada à disfunção metabólica (MASLD), ou com a forma mais grave de esteato-hepatite associada à disfunção metabólica (MASH), ou com MASH e cirrose.
As doenças estão se tornando cada vez mais comuns, impulsionadas pelo aumento da obesidade e estilos de vida sedentários. Estima-se que 30% da população da América do Sul tenha essas condições.
A MASLD e a MASH são caracterizadas pelo acúmulo de gordura no fígado, que pode resultar em inflamação e danos às células hepáticas. Pessoas com MASLD correm um risco maior de diabetes, carcinoma hepatocelular (o tipo mais comum de câncer de fígado), cânceres não hepáticos, doença renal crônica, perda muscular relacionada à idade e doença cardiovascular.
No artigo científico publicado na revista Frontiers in Network Physiology nessa terça-feira (3/12), os pesquisadores explicam que os sintomas de MASLD e MASH são silenciosos na fase inicial. Por isso, é importante ficar atento aos sinais.
Pior qualidade do sono
O novo estudo foi feito entre 2019 e 2021 e incluiu 46 mulheres e homens adultos diagnosticados com as doenças do fígado. Outros oito pacientes com cirrose hepática não relacionada à MASH participaram para efeito de comparação, assim como 16 voluntários saudáveis da mesma idade.
Todos os participantes receberam um dispositivo semelhante a um relógio para monitorar o sono, a atividade física e a temperatura corporal. O experimento foi realizado ao longo de quatro semanas, período em que os voluntários mantiveram um diário de sono, fizeram exames e responderam a questionários sobre seus hábitos de sono.
Todas as pessoas com esteatose hepática associada à disfunção metabólica (MASLD) eram obesas e 80% delas tinham síndrome metabólica. Elas também tinham níveis significativamente mais altos de triglicerídeos, glicemia de jejum e insulina no sangue do que participantes saudáveis, mas níveis mais baixos de colesterol total, colesterol LDL “ruim” e colesterol HDL “bom”.
O monitoramento de pulso mostrou que as pessoas com a MASLD acordavam 55% mais vezes à noite e ficavam 113% mais tempo acordados depois de terem adormecido e acordado pela primeira vez, em comparação com os voluntários saudáveis. O grupo com MASLD também dormia mais frequentemente e por mais tempo durante o dia.
“Mostramos pela primeira vez com um método objetivo (a actigrafia 24 horas/sete dias) que o ritmo sono-vigília em pacientes com MASLD realmente difere daquele em indivíduos saudáveis: pessoas com MASLD demonstraram fragmentação significativa do sono noturno devido a despertares frequentes e aumento da vigília”, disse a pesquisadora e principal autora do estudo, Sofia Schaeffer, no artigo.
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