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Siameses indianos: entenda rara condição de gêmeos em um só corpo

As crianças nascidas na Índia compartilham o tronco, onde estão localizados órgãos vitais, o que inviabiliza a separação

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Vidisha Sadar Hospital/Divulgação
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1 de 1 bebe-indiano-gemeo-siames - Foto: Vidisha Sadar Hospital/Divulgação

O caso dos gêmeos indianos siameses que nasceram com duas cabeças e três braços em um só corpo é chamado cientificamente de parapagus dicephalus. A característica principal deste tipo de siameses é um amplo compartilhamento da cavidade torácica e abdominal, o que inviabiliza uma separação.

“Em situações como a deles, órgãos vitais podem estar compartilhados”, explica o neurocirurgião Márcio Marcelino, responsável pelos cuidados de Mel durante a separação das gêmeas craniópagas do DF.

O médico do Distrito Federal afirma que é impossível prever o que acontecerá com os gêmeos indianos, já que a expectativa e a qualidade de vida deles dependerá do grau de má formação de sistemas internos como o cardíaco, o renal e o respiratório.

O procedimento padrão é realizar uma completa avaliação sistêmica e ir corrigindo os problemas de saúde para que eles consigam sobreviver. É certo, entretanto, que além de muito limitada, a vida dos dois será mais curta do que o normal.

“Um set – como a literatura médica trata conjunto de gêmeos conjugados que não estão separados – é um organismo absolutamente dinâmico e em evolução, alguma malformação ou disfunção compensada agora, pode descompensar com o crescimento deles, assim como o contrário pode ocorrer” explica.

O neurocirugião que dividiu as responsabilidades pela separação no caso das craniópagos do DF explica que gêmeos siameses são resultado de um transtorno embrionário que ocorre ainda no início da gestação: a replicação das células do embrião acontece de maneira errada, então apenas parte dos órgãos é duplicada. “Os embriões compartilham a mesma placenta e o mesmo saco amniótico mas, por um motivo ainda em debate (se problemas na fissão ou uma fusão), eles se unem e isso afeta o desenvolvimento de órgãos e sistemas”, detalha o especialista.

De acordo com Márcio Marcelino, o problema costuma ser identificado já na primeira ultrassonografia morfológica da gestação. “Em se tratando de siameses, cada caso é um livro aberto em branco a ser escrito. O set é um universo próprio, cada um com um enredo e desfecho particular”.

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