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Shake de proteína pode matar? Entenda caso de jovem do Reino Unido

Jovem de 16 anos morreu intoxicado três dias após consumir a bebida. Médicos que o atenderam pedem que rótulo contenha alerta de saúde

atualizado

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Fotografia colorida mostra Rohan Godhania e sua família
1 de 1 Fotografia colorida mostra Rohan Godhania e sua família - Foto: Divulgação

O legista Tom Osborne solicitou que a venda de shakes de proteína passe por mudanças no Reino Unido. Em relatório apresentado nesta terça-feira (12/9) à Food Standards Agency, espécie de Anvisa local, ele defende que os produtos tragam no rótulo um alerta sobre risco de morte para os consumidores.

Osborne foi responsável pelo atendimento de Rohan Godhania, um garoto britânico de 16 anos que morreu em 2020, três dias depois de consumir um suplemento de proteína.

Os pais do rapaz compraram o pó para o preparo de shake proteíco após estarem convencidos de que ele precisava desenvolver músculos para melhorar a postura. Após ingerir a bebida, Rohan passou mal e foi levado ao hospital, onde sofreu dano cerebral irreversível provocado por intoxicação.

Jovem ingere shake de proteína na cozinha de uma casa
Shakes de proteína podem desencadear intoxicação a partir de doenças já existentes e desconhecidas

O que causou a morte?

O suplemento de proteína causou uma alta de amônia no corpo, provocando uma intoxicação severa no rapaz. O hospital não fez os exames necessários, que poderiam ter acusado a reação e permitido tratamento em tempo hábil.

Os órgãos de Rohan foram doados e, meses depois, a pessoa que recebeu o fígado do garoto começou a ter convulsões. Após uma biópsia no órgão transplantado, se constatou que Rohan tinha uma doença genética rara que diminui a capacidade de retirar amônia do sangue. Esse problema de saúde se chama deficiência em ornitina carbamoiltransferase (OTC) e precisa de uma combinação de exames genéticos e clínicos para ser diagnosticado.

A OTC acomete um em cada 50 mil recém-nascidos e é mais predominante em homens. Segundo a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), ela tem como principais sintomas alterações comportamentais, vômitos episódicos e letargia.

Alerta de segurança nos rótulos

Após trabalhar no caso, Osborne vem advogando que os fabricantes de shakes de proteína escrevam no rótulo do produto um alerta sobre os riscos para pessoas que têm OTC. “Apesar de ser uma condição rara, pode ter efeitos graves se alguém tomar a bebida e tiver um pico de proteínas”, afirma o especialista.

“Suplementos e bebidas com alto teor de proteína são facilmente acessíveis ao público em geral, mas os seus rótulos não informam adequadamente os consumidores sobre os perigos potenciais, como o desenvolvimento da OTC”, alerta o médico.

“Na minha opinião, existe o risco de ocorrência de mortes futuras, a menos que sejam tomadas medidas”, disse o médico, em seu relatório à Food Standards Agency. O órgão tem até dia 2 de outubro para responder a solicitação.

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